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Saúde Indígena
Manejo de resíduos sólidos é tema de educação permanente no DSEI Alagoas e Sergipe
Em uma grande ação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alagoas e Sergipe, todos os 190 profissionais de saúde que atuam na região foram capacitados no manejo adequado de resíduos sólidos, geral e aquele proveniente dos serviços de saúde em áreas indígenas. Por quatro meses, entre maio e agosto, o DSEI se empenhou em realizar oficinas locais por todas as 11 aldeias da região. A iniciativa permitirá que sejam implantadas medidas sanitárias adequadas ao processo de coleta, acondicionamento, armazenagem, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos.
A coordenadora do DSEI, Genilda Leão da Silva, pontua alguns objetivos e resultados esperados da ação. “Acreditamos que o desempenho dos profissionais na prevenção de doenças e promoção da saúde vai melhorar ainda mais após a introjeção desses conhecimentos. Além disso, queremos fomentar a participação social e o protagonismo indígena por meio de diagnósticos participativos e da construção de planos de intervenção, também elaborados de forma coletiva entre gestão e controle social”.
Graciete de Oliveira, auxiliar de saúde bucal da aldeia Karapotó Plak-ô, ressalta as visitas domiciliares inseridas durante a programação das oficinas. “Gostei demais da capacitação, principalmente das visitas às casas. Orientamos os moradores quanto ao que deve ser feito com os resíduos, de maneira correta, evitando possíveis doenças decorrentes do lixo descartado de maneira inadequada”.
“Imaginamos já saber tudo sobre isso. Porém, muito lixo que poderia ser reciclado acaba sendo jogado no meio ambiente, poluindo as nascentes e prejudicando os animais”, afirma José Vieira Junior, agente indígena de saneamento (Aisan) da aldeia Katokinn.
Para estabelecer medidas sanitárias quanto a todo o processo que envolve o manejo de resíduos sólidos (coleta, segregação, acondicionamento, armazenagem, transporte, tratamento e disposição final adequada), os organizadores abusaram de aulas teóricas expositivas – sempre com participação da turma –, desenvolvendo leituras e discussões em grupo, dramatizações e saídas a campo.
“Queríamos que nossos profissionais compreendessem as consequências do manejo e descarte inadequado do lixo; que se tornassem sensíveis ao tema para, então, serem capazes de sensibilizar a população. Também esperamos, com isto, diminuir a incidência de doenças veiculadas a insetos e roedores. Não podemos perder de vista que nossa meta final é, sempre, a melhoria da qualidade de vida dos povos indígenas”, garante Genilda.
Por Déborah Proença
Fotos: Acervo / DSEI Alagoas e Sergipe