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Saúde Indígena
SUS garante atendimento nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas
Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), que começa nesta sexta-feira (23) e vai até 31 deste mês, em Palmas (TO), conta com uma estrutura de saúde para garantir o atendimento aos participantes do evento. São três postos de saúde, sendo duas unidades básicas na Vila dos Jogos e um uma unidade avançada de funcionamento 24 horas na Okara, local de hospedagem dos indígenas brasileiros, preparados para prestar assistência durante o evento. A estimativa da organização é que 30 mil pessoas visitem o complexo esportivo por dia.
O Ministério da Saúde repassou R$ 463 mil à Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, por meio do teto de média e alta complexidade, para apoio no custeio de medicamentos, insumos estratégicos, profissionais de saúde, ambulâncias e outras unidades de suporte básico. Conforme estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), o município é responsável pela assistência à saúde no evento, com suporte do estado e da união.
A experiência do Ministério da Saúde adquirida na organização de grandes eventos, como na Copa do Mundo, foi aplicada no apoio técnico para o planejamento da infraestrutura e da preparação dos serviços de saúde pela gestão municipal. No mundial de futebol, 99% dos atendimentos foram resolvidos nos postos de saúde no local do evento. Mesmo assim, foram definidos os hospitais de referência, em caso de necessidade de atendimento de média e alta complexidade.
MONITORAMENTO
O Ministério da Saúde, em conjunto com os gestores estadual e municipal, prepararam uma estratégia de monitoramento das ocorrências em saúde e para a assistência da população durante o JMPI. O Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS) está em comunicação direta com os vários setores que envolvem a saúde, como unidades básicas, hospitais e vigilância sanitária.
O local concentra informações, o que permite à equipe técnica de Saúde tomar decisões diante de quaisquer situações de urgência, surtos, reações adversas ou mesmo desastres. A sala de situação começou a funcionar no dia 19 de outubro e ficará ativa até 5 de novembro. O Ministério da Saúde também enviou representantes das áreas de atenção à saúde, saúde indígena e vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, além de outras áreas que estarão de sobreaviso.
SAÚDE INDÍGENA
O atendimento à saúde da população indígena que vive nas aldeias é uma prioridade do Ministério da Saúde. Em quatro anos, o orçamento da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) aumentou em 221%, passando de R$ 431,5 milhões, em 2011, para R$ 1,39 bilhão em 2015.
A Sesai é responsável pela gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS (SASISUS) e pela execução de ações de atenção básica e saneamento básico para cerca de 700 mil indígenas, pertencentes a 305 povos indígenas, que vivem em 5.652 aldeias, sendo a maioria delas em áreas remotas e de difícil acesso.
Entre os avanços está a inclusão de médicos em todos os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). O Programa Mais Médicos ampliou em 336 o número de profissionais atuando nessas áreas, que era de 164, em 2010, passando para 542 em 2015. Com isso, o total de profissionais atendendo nas aldeias aumentou 229%. Pela primeira vez, todos os DSEIs passaram a contar com médicos nas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, que contam também com enfermeiros, cirurgiões dentistas, técnicos de enfermagem, auxiliares de saúde bucal, agentes indígenas de saúde e agentes indígenas de saneamento.
JOGOS MUNDIAIS
O Jogos Mundiais dos Povos Indígenas vai reunir cerca de 1,8 mil atletas, de 24 países, para competir em modalidades composta por esportes indígenas e não indígenas, celebrando a diversidade, a cultura nativa e as tradições indígenas do Brasil e do mundo. O evento terá competição de arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem, corrida com tora, corrida de resistência (10km), corrida de velocidade (100m), futebol, lutas corporais, natação e canoagem, além de esportes e jogos tradicionais específicos de cada etnia (demonstrativos).
Por Carlos Américo, da Agência Saúde
Foto: Alejandro Zambrana / Sesai-MS