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Saúde Indígena
Operação Gota 2015 concentra ações de imunização no Amazonas e Acre
Criada em 1993, a Operação Gota, este ano, concentra esforços em três Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI): Médio Rio Purus e Vale do Javari, no Amazonas, e Alto Rio Juruá, no Acre. A ação, que conta com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), pretende vacinar aproximadamente sete mil indígenas entre o final de outubro e o início de novembro.
“Embora a vacinação seja uma ação de rotina das equipes multidisciplinares, sabemos o quanto é complicado assegurar atenção à saúde nas comunidades de difícil acesso. Esta é mais uma garantia do Governo Federal de que os nossos povos indígenas serão atendidos e seu calendário vacinal será mantido em dia”, explica Vera Bacelar, coordenadora geral de Atenção Primária à Saúde Indígena, do Ministério da Saúde.
A Operação Gota visa certificar que o calendário básico de vacinação, tanto o nacional – definido pelo Ministério da Saúde para todas as Unidades Básicas de Saúde brasileiras – quanto o da saúde indígena – que possui doses e vacinas diferenciadas –, seja cumprido em áreas remotas.
Inicialmente pensada para atender comunidades indígenas no Amazonas, a partir de 1996, a parceria entre os ministérios da Saúde e da Defesa ampliou sua atuação a comunidades rurais e ribeirinhas. Nos anos seguintes, outros estados do Centro Oeste e Nordeste foram incluídos na operação. Desde 2009, porém, a Operação Gota se concentra no Amazonas, Acre, Amapá e Pará.
A ação é beneficiada pela agilidade do transporte aéreo, não apenas pela rapidez da viagem, como também pela perecibilidade do material. “O acesso terrestre e fluvial a determinadas aldeias, quando possível, pode demorar até 18 dias. Além disso, os imunobiológicos devem ser mantidos em refrigeração e a energia elétrica nem sempre está disponível em muitas dessas localidades. A manutenção da qualidade do material é fundamental para o cumprimento da operação e, portanto, a missão aérea contribui decisivamente para que a vacinação ocorra”, alerta Bárbara Souza, da área técnica de Imunização e Imunopreveníveis, da Secretaria Especial de Saúde Indígena.
MULTIVACINAÇÃO
No Brasil, a situação geográfica e as dificuldades para o atendimento à saúde na região Amazônica e Pantaneira dificultam a manutenção da rotina de imunização, o alcance das metas e o acesso de populações mais carentes aos serviços de saúde. Por isso, desde 1993, a Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, utiliza aeronaves da Força Aérea Brasileira para realizar as ações de multivacinação nessas regiões.
O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS (SasiSUS) preconiza um mínimo de 4 doses de imunizações em áreas indígenas de difícil acesso geográfico. Porém, nem sempre os Distritos Sanitários conseguem manter este cronograma em virtude de problemas de gestão, logísticos e/ou administrativos. Assim, a Operação Gota vem se consolidando como uma ação complementar fundamental em áreas remotas.
Este ano, uma etapa da operação ocorreu entre os dias 25 e 26 de outubro, no DSEI Alto Rio Juruá; desde o dia 22 e até 29 de outubro, no DSEI Vale do Javari; e no DSEI Médio Rio Purus, acontecerá entre os dias 4 e 11 de novembro.
Por Déborah Proença
Fotos: Tenente Barros / Esquadrão Pantera da Força Aérea Brasileira