Notícias
Saúde Indígena
Lideranças indígenas são recebidas em Brasília pelo novo ministro da Saúde
Presidentes dos 34 Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi), caciques e representantes de associações e movimentos indígenas de diferentes regiões do país foram recebidos, nesta quinta-feira (15), pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Castro. A audiência aconteceu na sede do Ministério da Saúde, em Brasília (DF), e teve como objetivo proporcionar um primeiro contato entre o novo ministro e as diferentes organizações que fazem o controle social na saúde indígena.
O secretário Executivo do Ministério da Saúde, Agenor Álvares, e o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, também participaram do encontro. “É com profundo respeito que recebo cada um de vocês para dialogar, ouvir os pleitos de vocês e agir de acordo com esse diálogo em prol dessa tarefa difícil, mas tão nobre, que é a saúde indígena”, saudou o ministro Marcelo Castro.
Durante o encontro, as lideranças enfatizaram os avanços obtidos desde a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), há cinco anos, e manifestaram preocupação com possíveis mudanças no quadro gerencial da secretaria, o que poderia gerar uma consequente interrupção na prestação dos serviços. “A Sesai conseguiu avançar muito nos últimos anos e isso é fruto de políticas que foram construídas de forma conjunta com os movimentos indígenas, com o controle social.
Não queremos ver a Saúde Indígena retroceder, muito menos ver as coordenações de nossos DSEIs serem negociadas por interesses políticos”, disse a presidente do Sindicato dos Profissionais e Trabalhadores da Saúde Indígena (Sindcopsi), Carmem Pankararu.
A necessidade de um perfil adequado para profissionais que querem trabalhar com comunidades indígenas foi corroborada pelo presidente do Condisi Altamira, William Domingues “Quando se fala em saúde indígena é preciso ter um olhar diferenciado. Por isso exigimos um perfil técnico para quem quer trabalhar com as nossas populações e este perfil foi exaustivamente debatido pelo controle social quando a Sesai foi criada”, complementou. Outro tema tratado com preocupação pelas lideranças indígenas diz respeito a possíveis cortes no orçamento da Sesai.
“Temos ouvido que há possibilidades de cortes no orçamento da Sesai em cerca de 20%, o que seria um grande retrocesso na gestão da saúde indígena”, disse o representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Rildo Kaigang. AVALIAÇÃO Após ouvir as reinvindicações e preocupações do movimento indígena, o ministro Marcelo Castro fez uma breve avaliação dos avanços conquistados pela Sesai nos últimos cinco anos. Ele enfatizou a ampliação das equipes de saúde e a implementação do Programa Mais Médicos nos Dseis como ações que possibilitaram melhorias na assistência prestada nas aldeias, e destacou avanços significativos no orçamento da Pasta, que saiu de pouco mais de R$ 400 milhões, em 2011, para mais de R$ 1 Bilhão, em 2015.
“Esta é uma demonstração inequívoca de respeito e da atenção que o Governo da presidenta Dilma tem com a população indígena do Brasil”, disse. Ao final, o ministro garantiu às lideranças total empenho de sua gestão para manter as conquistas obtidas pela Sesai e avançar ainda mais na qualidade dos serviços prestados aos mais de 800 mil indígenas do Brasil.
“Eu entendo que foi um avanço institucional muito grande trazer a saúde indígena para dentro do Ministério da Saúde. E nesse período vocês mesmos reconhecem que a saúde indígena melhorou com a criação da Sesai, mas que precisamos avançar mais. Acredito que estamos no caminho certo e iremos fazer o melhor que estiver ao nosso alcance para dar continuidade e mais qualidade aos avanços da saúde indígena”, finalizou o ministro.
Por Felipe Nabuco e Graziela Oliveira