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Saúde Indígena
Equipes de saúde indígena do Paraná debatem aspectos do cuidado materno-infantil
A reorganização dos processos de trabalho no cuidado materno-infantil foi tema de uma oficina que reuniu cerca de 30 profissionais das equipes multidisciplinares de saúde indígena do Polo Base de Guarapuava, no Paraná. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes indígenas de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Litoral Sul participaram da atividade, realizada com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto Leônidas e Maria Deane.
A programação da oficina incluiu debates sobre a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNAPSI) e a luta por direitos indígenas. Além disso, dramatização sobre o trabalho da equipe na linha do cuidado materno-infantil, categorização de entraves para o dia a dia em campo e a elaboração de um plano de ação para enfrentamento das dificuldades identificadas. Técnicos da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (Diasi) do DSEI também participaram do encontro.
De acordo com André Martins, chefe da Diasi do DSEI Litoral Sul, a oficina inaugura um movimento ativo na reorientação de estratégias e ações visando à intensificação e qualificação do cuidado materno-infantil entre indígenas na área de abrangência do Distrito. “A educação permanente é, sem dúvidas, uma estratégia potente de transformação das práticas profissionais em saúde, à medida que se propõe a utilizar como referência a organização do trabalho no território, o perfil epidemiológico e as necessidades de saúde da população indígena”, pontuou.
O DSEI Litoral Sul é responsável pela atenção básica à saúde indígena nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, atendendo a uma população de mais de 18 mil indígenas. Para tal, o Distrito conta com 13 polos base e 35 equipes multidisciplinares de saúde indígena.
REORGANIZAÇÃO E FORTALECIMENTO
Instrutora da oficina, a pesquisadora em Saúde Indígena Ana Lúcia Pontes, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio, da Fiocruz, recorda que a proposta de realizar esta atividade surgiu de uma conversa com a equipe do Diasi. “Eles avaliaram que o desafio, no momento, não era fornecer novos conteúdos para os trabalhadores, mas discutir o processo de trabalho, com destaque para a reorganização e fortalecimento da atuação da equipe, com atenção diferenciada e a identificação das principais dificuldades na linha do cuidado materno infantil”, observou.
“Para melhoria da qualidade da atenção, propusemos uma estratégia metodológica que permitisse a autoanalise e repactuação do processo de trabalho entre as diferentes categorias profissionais, sendo que considero inovador termos envolvido num mesmo momento os agentes indígenas de saúde, técnicos, médicos e enfermeiros”, reforçou Ana Lúcia.
André Martins complementa que o DSEI Litoral Sul, este ano, tem investindo fortemente no processo de qualificação de pessoal para atuação no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS (SasiSUS). De janeiro a julho, por exemplo, foram realizadas capacitações em diversas temáticas: estratégia AIDPI [Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância], atualização do calendário Vacinal, saúde mental no contexto indígena, prevenção e tratamento da cárie dentária com ART, assistência farmacêutica, dentre outros temas.
Para os meses de novembro e dezembro estão previstos um evento sobre saúde bucal, com foco na avaliação e planejamento das ações, e mais uma oficina de cuidado materno-infantil que reunirá profissionais de outros polos base do Distrito.
Fotos: Acervo / DSEI Litoral Sul