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Saúde Indígena
Distritos Sanitários recebem capacitação em sistema de Ouvidoria
Representantes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) Manaus, Pernambuco, Minas Gerais e Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Litoral Sul, que compõem o projeto piloto de implantação da Ouvidoria da saúde indígena, estão sendo capacitados, em Brasília (DF), no Sistema Informatizado OuvidorSUS. A capacitação teve início na última terça(13) e se encerra nesta sexta-feira (16).
Durante quatro dias, estes profissionais discutiram aspectos conceituais sobre as ouvidorias do SUS; pesquisa e encaminhamento das manifestações dos cidadãos; gestão de conteúdo; operação de sistema; entre outros temas. “Esta é a fase de capacitação no sistema. Selecionamos cinco distritos, um de cada região, para participar desta primeira etapa. Visitamos cada um deles para identificar suas necessidades técnicas e, agora, cada DSEI definiu quem será o responsável pelo sistema da Ouvidoria nos territórios”, afirma Bianca Moura, assessora do Controle Social da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
A coordenadora geral do Sistema Nacional de Ouvidorias do SUS, Maria Moro, pontua que os profissionais dos distritos têm muito conhecimento no aspecto referente à saúde indígena, mas precisam compreender o que é o sistema de ouvidoria no SUS. “A capacitação fará a formação, tanto no conceitual e de funcionamento do trabalho de ouvidoria, quanto no sistema informatizado a ser implantado nos DSEIs onde funcionarão as primeiras ouvidorias da saúde indígena”, explica.
Perguntada sobre a necessidade de adaptação do Sistema Informatizado OuvidorSUS para a saúde indígena, a coordenadora afirma que há muitas especificidades na saúde indígena e que a ouvidoria, enquanto mecanismo de controle social individual – isto é, realizado pelo próprio cidadão e não por meio de suas representações oficiais (como conselheiros de saúde, por exemplo) –, deve estar próxima das aldeias.
“O mais difícil, durante a fase de reconhecimento do território, foi entender como chegar ao indígena e fazer a escuta. Não adianta implantar uma ouvidoria se o próprio indígena não tiver acesso a ela. Não adianta ter uma ouvidoria para reclamar dos problemas se essa reclamação não for feita por quem os sofre. Quanto mais próxima, mais adequada a Ouvidoria estará para atender às necessidades dos indígenas. Por isto, ela deverá estar próxima aos DSEIs, Polos Base e Casais”, justifica Maria Moro.
José Wilson, do DSEI Mato Grosso do Sul, lembrou que ouvir o usuário é fundamental para um planejamento mais adequado das ações de saúde e que, especialmente no caso da saúde indígena, as especificidades de cada etnia precisam ser consideradas.
“Quando recebemos uma demanda da aldeia conseguimos mapear não só as dificuldades, mas também as necessidades de cada etnia, porque são diferentes e isso não pode ser ignorado”, pontua.
Por: Déborah Proença