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Saúde Indígena
DSEI Pernambuco promove o II encontro de Pajés e detentores do conhecimento tradicional Indígena
O desafio de integrar a medicina ocidental às práticas tradicionais dos povos indígenas levou o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Pernambuco a promover, na última quarta-feira (4), um encontro histórico entre Pajés e detentores do conhecimento tradicional Indígena do estado. Representantes dos povos Xukuru do Ororubá, Kapinawá, Kambiwá, Kambiawá Tuxá, Atikum, Pipipan, Pankará e Truká estiveram reunidos durante dois dias, na Aldeia Pedra D’Água, em Pesqueira (PE), para discutir saberes e trocar experiências. A ação foi uma iniciativa dos profissionais indígenas de saúde do DSEI-PE, numa parceria com a comunidade Indígena Xukuru do Ororubá e suas organizações sociais.
De acordo com o coordenador do DSEI, Antônio Fernando da Silva, o principal objetivo do encontro foi protagonizar os indígenas que representam os saberes tradicionais. “Essas pessoas representam a memória viva dos conhecimentos tradicionais, além de representarem a continuidade da identidade dos povos indígenas do estado de Pernambuco”, destacou.
O coordenador também enfatizou a importância do evento pela possibilidade de se debater os conhecimentos do modelo sistêmico de saúde, com os sistemas terapêuticos indígenas, que são verdadeiros patrimônios culturais desses povos. “Além Disso, contribui para fortalecer a identidade étnica, a diversidade sociocultural e o registro da história dos povos indígenas pernambucanos”, complementou.
MEMÓRIA VIVA A troca de experiências entre os participantes de diferentes etnias, e, sobretudo, entre jovens e idosos, deixou claro o quanto os pajés e detentores do conhecimento tradicional indígena são importantes para manutenção da cultura e costumes de um povo.
“Os pajés são responsáveis por transmitir valores, crenças, costumes e hábitos, que são essenciais para fortalecer as tradições, a identidade e o sentido de pertença de um povo. Este encontro é importante para as nossas comunidades, porque com os ensinamentos as pessoas aprendem a valorizar nossos saberes na educação, na saúde, e, com isso, as crianças e jovens poderão dar sequencia aos costumes dos nossos pajés”, explica dona Lica, detentora de conhecimentos tradicionais do povo Xucuru de Ororubá.
Por Felipe Nabuco
Fotos: Acervo DSEI/PE