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Saúde Indígena
DSEI Guamá-Tocantins realiza primeira oficina sobre uso de plantas medicinais
Para valorizar a medicina tradicional indígena e incentivar o uso de plantas medicinais entre as comunidades, a equipe do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá-Tocantins, em Belém (PA), realizou a primeira oficina sobre o tema. A atividade, coordenada pelos farmacêuticos dos Polos Base Paragominas, Marabá e Oriximiná, aconteceu na Casa de Saúde Indígena (Casai) Icoaracy e reuniu cerca de 40 pessoas, entre pacientes, acompanhantes e servidores.
“Esse foi um projeto piloto e será levado a todos os Polos Base, Casas de Saúde Indígena e aldeias localizados na área de abrangência do DSEI Guamá-Tocantins. Ao final dessas oficinas, faremos uma cartilha sobre as plantas medicinais utilizadas pelas mais de 20 etnias atendidas pelo Distrito. Nosso objetivo é que a publicação possa servir de consulta e estímulo para que mais pessoas compreendam a importância da medicina tradicional”, explica a responsável técnica pela Assistência Farmacêutica no DSEI, Miracy Nascimento.
Durante a oficina, foi realizada uma exposição de plantas medicinais, com palestras sobre a utilização de cada uma delas e os cuidados que se deve ter ao fazer uso. A programação também incluiu degustação de chás e plantio de mudas medicinais e árvores frutíferas.
“O uso de plantas medicinais pelos indígenas é, na verdade, uma prática tradicional dos povos, mas que foi sendo abandonada com o passar do tempo e precisa ser resgatada, pois contribuirá também para estimular o uso racional de medicamentos nas aldeias. É fundamental, no entanto, ter alguns cuidados, visto que determinadas plantas causam intoxicação e não são adequadas para consumo, podendo provocar até doenças”, acrescenta Miracy.
A indígena Isabel Xipaia, de Altamira (PA), está realizando um tratamento contra o câncer e faz uso de plantas medicinais. “Desde quando comecei a utilizar um chá de planta medicinal, ao mesmo tempo em que fazia o tratamento convencional, senti melhoras consideráveis. Hoje, felizmente, faço apenas o controle da doença. A oficina foi muito interessante e nos orientou quanto ao uso correto de cada planta”, disse.
“Além de utilizar plantas medicinais, também faço o cultivo em minha aldeia. Não podemos deixar essa prática acabar”, concordou a indígena Albertina Munduruku, moradora de uma comunidade em Jacareacanga (PA).
Por Graziela Oliveira
Foto: Divulgação