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Saúde Indígena
Indígenas de Araquari participam de evento do Rede Cegonha
Profissionais de saúde, lideranças indígenas e parteiras tradicionais participaram, nos dias 29 e 30, em Joinville (SC), de uma oficina sobre a implementação do programa Rede Cegonha em Santa Catarina. Segundo a enfermeira Dânica Almeida, profissional do Polo Base de Araquari, o encontro foi importante para criar um vínculo entre a saúde indígena e a rede de referência do estado.
“Conhecemos diretores e profissionais das maternidades da região e já estabelecemos um calendário de articulação da rede”, explica Dânica. O objetivo do diálogo é fazer com que os hospitais e maternidades da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) compreendam as especificidades da saúde indígena. “As indígenas não comem carne vermelha após o parto, por exemplo. São questões culturais que os hospitais têm que saber, pois estão acostumados a tratar todas as gestantes da mesma forma”, relata Dânica.
Parteiras
Durante o primeiro dia do evento, as parteiras indígenas de Araquari puderam explicar como funciona o trabalho de parto natural nas aldeias e destacaram a importância do parto ser feito dentro da aldeia. Dânica disse que os nascimentos com auxílio das parteiras tradicionais são a maioria na região e que o apoio da rede SUS somente é utilizado em situações adversas.
Ela comenta que o público presente ficou surpreso com o conhecimento demonstrado pelos indígenas nas apresentações. “Nós comentamos que os indígenas nem conseguiam participar dos coffee-breaks, porque nos intervalos todos queriam saber mais sobre a rotina deles nas aldeias”. O Polo Base de Araquari também foi lembrado quando o assunto foram os testes rápidos de HIV e Sífilis, já que estes são realizados regularmente na região.