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Saúde Indígena
Sesai realiza II Oficina dos Chefes de Diasi e VI Oficina do Projeto de Apoio
Chefes de Divisão de Atenção à Saúde Indígena (Diasi), apoiadores dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), referências do apoio e profissionais do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (Dasi) estão reunidos em Brasília (DF), até a próxima sexta-feira (15), para participar da II Oficina dos Chefes de Diasi e a VI Oficina do Projeto de Apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Realizadas de forma conciliada, as oficinas têm como objetivo proporcionar discussões sobre o aprimoramento das ações assistenciais na saúde indígena e a necessidade de avançar na articulação de parcerias interfederativas, para a garantia de uma atenção integral aos mais de 800 mil indígenas do Brasil.
Durante a abertura, o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, afirmou que este é o momento de ajustar o que não vem sendo realizado de maneira adequada, aprimorar o diálogo com os estados e municípios e demonstrar onde os investimentos da saúde indígena estão sendo aplicados.
“Não podemos aceitar um compressor geral quebrado há um ano como algo normal. Há recurso, então o que está acontecendo? Precisamos demonstrar que o recurso que está vindo para nós está sendo bem aplicado, com o Diasi funcionando adequadamente”, advertiu o secretário.
A diretora de Atenção da Sesai, Danielle Cavalcante, ressaltou que um dos destaques do evento é o papel diferenciado de cada um dos atores participantes, sem competição, agregando serviços e apoio ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). “Tal qual o secretário, queremos que se indignem com a não melhoria dos indicadores de saúde dentro dos seus territórios, mostrando o que fazer para melhorar sempre”.
Trabalho na ponta
Alves lembrou que é preciso ir a campo conhecer a realidade dos povos indígenas e, sobretudo, escutá-los. “Eles são os nossos sentinelas. O que eles dizem é o sentimento real, puro; o que estão vivendo na prática. Temos que receber isso como uma grande contribuição para o nosso trabalho avançar”.
Contudo, o conhecimento da realidade das aldeias não está presente em todas as administrações. Os apoiadores do Distritos têm a missão de suprir essa lacuna junto aos estados e municípios, como bem aponta Mariana Kely, enfermeira e apoiadora do DSEI Vilhena, em Rondônia.
“Uma das coisas que melhoraram com a entrada do apoio para dentro do DSEI foi a articulação com os estados e municípios, saber como funciona e o que é a saúde indígena, como vivem, etc. Embora todos saibam que o indígena é munícipe, que ele faz parte de tudo isso, percebemos que eles ainda desconhecem seu papel”, afirma a enfermeira que atua há 13 anos na saúde indígena.
Para o chefe de Diasi do Dsei Alto Rio Juruá (AC), Paulo Roberto da Silva, as oficinas oferecem uma oportunidade ímpar de aprendizado e troca de experiências. “Ficamos muito centrados nas informações para absorver tudo o que for preciso e levar para as nossas equipes. Há cerca de um ano foram feitos os primeiros contatos com alguns índios isolados na nossa região e esperamos melhorar nosso trabalho com eles, que para nós é algo muito novo e difícil”.
As expectativas sobre o evento são as melhores possíveis, por parte de todos, inclusive do secretário Antônio Alves, que cobrou resultados das equipes. “Espero que vocês fechem essa oficina com um plano completo e concreto de articulação e que a Diasi retorne com disposição de sacudir a sua coordenação que ainda não está sacudida”, disse.
Por Déborah Proença
Fotos: Luis Oliveira/Sesai/MS