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Saúde Indígena
Sesai e organizações indígenas discutem modelo de gestão da saúde
Gestores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), presidentes dos 34 Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi) e representantes das principais organizações indígenas do país estão reunidos em Brasília, até esta sexta-feira (15), para discutir os avanços e os desafios do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), bem como a proposta de criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena (Insi). Representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Socioambiental (Isa) também participam do seminário ‘Aprimoramento do Modelo de Gestão da Saúde Indígena’, que acontece na sede do Ministério da Saúde.
A mesa de abertura do seminário, realizada na tarde de quinta-feira (14), contou com a participação do secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, e de representantes das organizações indígenas, como Davi Kopenawa Yanomami. Também estiveram representados o Conselho Nacional de Saúde (CNS), a coordenação do Fórum de Presidentes do Condisi e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Ao apresentar as principais conquistas da Sesai em quase cinco anos de existência, o secretário Antônio Alves não se restringiu às ações que vem sendo desenvolvidas pela Pasta, mas tratou de relembrar os presentes de como o Estado vem se organizando para atender a saúde dos povos indígenas no Brasil, desde o início do século XX até a criação da Sesai – uma conquista que o movimento indígena orgulhosa e merecidamente chama de sua.
Na apresentação, Alves também lembrou a difícil logística de acesso às aldeias e o inovador georreferenciamento que vem sendo feito pela Secretaria para facilitar os trabalhos e o desenvolvimento de políticas públicas mais assertivas. Além disso, salientou os quase 47% de profissionais indígenas que atuam na Secretaria, evidenciando o quanto ela é inclusiva ao entender que saúde é, também, bem-estar social.
Impressões
Para Paulo Tupiniquim, da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do NE, MG e ES (APOINME), o momento é de ampliar o debate sobre a saúde indígena. “Estamos aqui fazendo nossa parte como cidadãos brasileiros que somos. Precisamos discutir novos caminhos para a saúde do nosso povo”. Paulo acredita que o seminário fortalece ainda mais a atuação das organizações indígenas junto ao Fórum de Presidentes do Condisi e à Sesai.
Haroldo Pontes, do Conass, corroborou a fala de Paulo Tupiniquim ao evidenciar que a política de saúde indígena vem se fortalecendo com a participação ativa destes, apesar das diferenças de cada etnia. “Sempre haverá opiniões divergentes, mas é inegável que debates assim nos dão possibilidade de contribuir ainda mais e fazer tudo da melhor maneira possível em prol da melhoria da saúde indígena”, disse Pontes.
O representante da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), Sandro Tuxá, também destaca a importância do encontro. “Essa ação é fundamental para nós, militantes da saúde indígena. Temos que ser sábios e trabalhar juntos, pois já sabemos o quanto perdemos quando cada braço desse segmento quis caminhar separadamente. Vamos aproveitar para sanar nossas dúvidas, encarar os problemas de frente e honrar esse compromisso”, afirmou.
Por Déborah Proença e Graziela Oliveira
Fotos: Luis Oliveira