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Saúde Indígena
Distrito Sanitário Porto Velho investe no diagnóstico e controle de casos de malária
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Porto Velho, em Rondônia, está mobilizado para reduzir o índice de casos de malária em terras indígenas naquela região. Agentes de saúde indígena e um microscopista que atendem comunidades na área de abrangência dos polos base Alta Floresta, Ji-Paraná, Porto Velho, Guajará-Mirim e Humaitá, este em território amazonense, estão sendo capacitados para o diagnóstico da doença. A iniciativa resulta de uma parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do estado.
“Queremos aprimorar o conhecimento desses profissionais para que eles possam fazer o diagnóstico de malária de forma precisa e eficaz nas comunidades indígenas onde atuam. Ao analisar uma lâmina, o técnico também poderá detectar casos de doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, e ainda de filariose linfática, doença parasitária crônica mais conhecida como ‘elefantíase’ - uma das maiores causas mundiais de incapacidades permanentes ou de longo-prazo”, explica Raquel Costa, enfermeira distrital. Em 2014, o DSEI Porto Velho registrou 550 casos de malária. Até março deste ano foram 130.
Para reduzir esse índice, equipes do Distrito vão realizar rodas de conversas com as comunidades de cada aldeia, orientando os indígenas quanto ao uso e manuseio do mosquiteiro. As equipes multidisciplinares que atuam em área também serão capacitadas para realizar busca ativa na população, por meio de visitas domiciliares, e para mapear as regiões com suspeita de diagnóstico.
“Todas as lâminas preparadas pelos agentes de saúde indígena ou microscopistas das aldeias serão encaminhadas à equipe de endemias do DSEI Porto Velho e, depois, enviadas ao Lacen, com o objetivo de verificar se estão com o diagnóstico compatível aos resultados que os profissionais detectaram”, acrescenta Raquel.
O agente indígena de saúde Cristiano Tenharin trabalha no município de Humaitá (AM) e participou do encontro. “O treinamento está sendo muito importante para aprimorar o trabalho que fazemos diariamente de combate à malária nas aldeias”. No próximo mês de junho, a equipe de referência técnica para o tema, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em Brasília, realizará uma visita de monitoramento para acompanhar a implantação deste projeto.
Por Graziela Oliveira
Foto: Acervo / DSEI Porto Velho