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Saúde Indígena
Controle social enriquece planejamento estratégico da Sesai
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) recebeu, nesta quinta-feira (21), todos os 34 presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi) para discutir e alinhar as metas e indicadores de saúde que comporão o plano estratégico da secretaria pelos próximos quatro anos. Até amanhã (22), conselheiros, gestores e coordenadores dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) definirão, juntos, os rumos da saúde indígena até 2019.
Na abertura dos trabalhos, o presidente do Condisi Yanomami, Beto Yanomami, o coordenador do DSEI Pernambuco, Antônio Fernando da Silva, e o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, fizeram um balanço sobre os avanços e desafios da Secretaria até aqui, sob seus respectivos pontos de vista: controle social, gestão da Sesai na ponta, e coordenação geral da Política Nacional de Saúde Indígena no Brasil.
Antes, porém, Marcos Moreira, da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, parabenizou a equipe da Sesai por agregar o controle social à construção do planejamento estratégico, imprescindível para uma ação efetiva e dialógica nos territórios. “Planejar é ter a garantia de trabalhar com racionalidade, com ações bem pensadas desde o início. Por isso, esse esforço coletivo de tentar entender o que não deu certo e buscar fortalecer o trabalho”, ressaltou.
O secretário Antônio Alves destacou o momento atual da Pasta. “Diferentemente do planejamento estratégico anterior, consideramos que o Subsistema [de Saúde Indígena] está implantado e que, agora, é preciso aprimorá-lo. Trabalhamos todos esses anos em cima de um planejamento estratégico institucional, tendo como base o que foi preciso fazer. De lá pra cá nosso orçamento passou de 350 milhões para 1 bilhão e 390 milhões, o que permite que tenhamos uma perspectiva concreta de ação”, ponderou o secretário.
Balanço e perspectivas
Numa ótica bastante particular, Beto Yanomami disse que ainda há o que melhorar, porém fez questão de frisar vitórias na saúde de seu povo. “O que o Yanomami ainda reclama é real, mas não podemos deixar de dizer que, realmente, muita coisa mudou com a Sesai. Hoje, por exemplo, temos horas-voo, médicos e enfermeiros em área. Na questão dos medicamentos, a Rename [Relação Nacional de Medicamentos Essenciais] é um importante avanço! Foi muito bem pensada para preservar e proteger a saúde indígena, pois antes muitos morreram por overdose medicamentosa por falta de capacitação e educação em saúde”. Sobre o evento, Beto defende que este é o momento de encontrarem, juntos, o melhor caminho para um bom atendimento e acolhimento aos povos indígenas.
Corroborando o entendimento do presidente do Condisi Yanomami, Antônio Fernando acredita que não há momento mais oportuno para conquistar a tão sonhada autonomia e participação popular. “Estamos vivendo o melhor momento da saúde indígena. Temos muito a avançar, sim, mas somos capazes e estamos aqui para isso, efetivando e aumentando o controle social. Procuramos, ao longo dos anos, legalizar, instrumentalizar e empoderar os conselhos. Isso é um grande avanço no controle social e na saúde indígena como um todo”, ratificou o coordenador distrital.
Durante a atividade, até o fim desta sexta-feira (22), serão apresentadas propostas para apreciação e debate dos conselheiros sobre os objetivos estratégicos da Sesai para o próximo quadriênio, o mapa de indicadores de saúde indígena e o plano de ações a serem executadas ainda em 2015.
Por Déborah Proença
Fotos: Luís Oliveira / Sesai-MS