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Saúde Indígena
Atenção ao povo Maxakalí é pauta de encontro entre gestores da Sesai e autoridades políticas de MG
O secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, recebeu a visita do presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião do Médio Mucuri (MG), Hayden Matos Batista, para discutir sobre a situação do povo indígena Maxakalí, de Minas Gerais. O encontro aconteceu na última quarta-feira (27), em Brasília (DF), e contou com as participações do deputado Federal Leonardo Monteiro (MG); da diretora de Atenção da Saúde Indígena, Danielle Cavalcante; e da coordenadora de Atenção Primária da Saúde Indígena, Vera Bacelar. “Estamos aqui para pedir o apoio da Sesai [Secretaria Especial de Saúde Indígena] e somar esforços no sentido de estabelecermos parcerias que possam cuidar e salvar a vida desse povo”, disse Hayden Matos Batista, que também é prefeito do município Fronteira dos Vales (MG). O consórcio do Médio Mucuri é responsável pela assistência de 50 mil pessoas, dentre elas os Maxakalís que, segundo Hayden Batista, são um patrimônio nacional e muito especial para o estado de Minas Gerais. “É um povo que vinha sofrendo muito descaso do governo do estado e que, agora, com a nova gestão, temos esperança que a situação mude”. O secretário Antônio Alves destacou a importância de parcerias interfederativas para melhorar a assistência prestada aos 305 povos indígenas do Brasil. “Essa parceria é importante porque o município é a primeira referência que a comunidade indígena tem quando o atendimento necessita de apoio hospitalar ou um exame complementar que só pode ser realizado na cidade”, disse.
Hospital Cura Dars
Outra pauta da reunião foi a manutenção do Hospital Cura Dars, localizado no município de Machacalis (MG), e que é uma grande referência para o povo Maxacalí da região. A unidade atende, principalmente, às populações dos municípios Umburatiba, Santa Helena de Minas e Bertópolis. As aldeias Água Boa e Pradinho, com mais de dois mil Maxacalís, também têm sua referência principal de média complexidade vinculada ao hospital. “Entendemos que esse hospital é a casa da saúde do índio maxacalí de Minas Gerais e não pode ser fechado, principalmente em Maxacali que temos dificuldade com atenção básica e saúde da família. É um povo nômade, que fica rodando a região e tem como amparo e referência na região o hospital de Maxacali”, reforçou o coordenador do Consórcio. Para Alves, o interesse do Consórcio de estabelecer parceria com a Sesai fortalecerá a atuação da Secretaria junto aos municípios da região. “O interesse deles em vir nos procurar e pedir apoio para ajudar a organizar o hospital é importante e fortalece nossa relação com os municípios que têm índios em sua jurisdição”, salienta o secretário da Sesai.
Maxacalis
Distribuídos em quatro municípios (Santa Helena de Minas, Bertópolis, Teófilo Otoni e Ladainha), os Maxakalís de Minas Gerais são seminômades. Por serem coletores e terem sua cultura preservada, eles caminham até o sul da Bahia em viagens que duram cerca de duas semanas, e retornam a sua aldeia de origem. Izac Barbosa Axer, chefe da Divisão de Atenção à Saúde do DSEI Minas Gerais e Espírito Santo, conta que há dois polos base com equipe multidisciplinar completa para os Maxacalis de Santa Helena. “Eles estão totalmente assistidos. Temos médicos do Programa Mais Médicos com dedicação exclusiva, além de 23 enfermeiros, farmacêutico, técnicos de enfermagem e motorista”. Izac salienta a criação de um programa 24h de alerta no distrito para cuidar do quadro nutricional das crianças que, em virtude da condição andarilha da etnia, têm a desnutrição infantil como um dos maiores problemas.
Por Déborah Proença