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Saúde Indígena
Profissionais farão busca ativa de pacientes para procedimentos cirúrgicos no AM
Equipes de saúde do Amazonas e de Roraima estão sendo capacitadas para a busca ativa de pacientes indígenas que deverão ser operados durante um mutirão de cirurgias programado para acontecer entre os dias 31 de julho e 7 de agosto, na região de Maturacá, na floresta amazônica. Profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da organização social sem fins lucrativos Expedicionários da Saúde (EDS) estiveram nos dois estados e reuniram médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes indígenas de saúde para compartilhar orientações sobre o trabalho. A enfermeira Soane Santos, do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (Dasi) da Sesai, destaca que a força de trabalho local é decisiva para o resultado da expedição. “São profissionais que estão no dia a dia das comunidades, conhecem as famílias e até já possuem alguns casos mapeados.
A partir de agora, depois dessa rodada de capacitações, as equipes estarão em campo desempenhando não só seus trabalhos de rotina em unidades de saúde e visitas domiciliares, mas também com o olhar clínico mais específico para identificar pacientes que poderão ser beneficiados durante a ação”, pontua Soane. Apesar do foco da expedição ser eminentemente cirúrgico, durante o mutirão também são realizados atendimentos clínicos, ambulatoriais e odontológicos, como explica o médico cirurgião Fábio Paganini, que há cinco anos integra a organização Expedicionários da Saúde. “Na área de cirurgia geral, tratamos casos de hérnias inguinais e umbilicais; já do ponto de vista oftalmológico, fazemos cirurgias de catarata e pterígio. Para estes casos, que são o foco maior do trabalho da EDS, nossa atuação tem muita efetividade. No entanto, a gente acaba se deparando também com outras patologias mais simples, cujo tratamento pode ser adequado à estrutura que montamos, com garantia de boa resolutividade”, ressalta o médico. ENGAJAMENTO
O gerente técnico de Saúde do DSEI Yanomami, Bruno Tomaz, assegura o empenho ainda maior das equipes para os próximos 30 dias de atividades em campo, prazo estipulado para a identificação prévia dos pacientes que poderão passar por cirurgias durante o mutirão. “Conversamos com os profissionais e reforçamos a necessidade de todos eles se engajarem nesse trabalho – médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes indígenas de saúde. Nossa missão é identificar o maior número possível de casos com recomendação cirúrgica. Depois desse levantamento inicial, encaminharemos o resultado da triagem para as equipes da EDS”, comenta. Diná Brandão, enfermeira que atua no município de Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, reforça o compromisso assumido pelos profissionais de saúde. “Vamos conversar também com as equipes que estavam em áreas mais isoladas e não puderam participar das capacitações.
Compartilharemos o conteúdo e as orientações para triagem dos pacientes. Muitos até já foram informados da ação via radiofonia, nosso único meio de contato para algumas localidades”, afirma. A iniciativa de levar um mutirão de cirurgias e atendimento especializado a áreas remotas resulta do esforço coletivo de governos, sociedade civil e da própria comunidade indígena, além de outros parceiros.
Texto e fotos: Bruno Monteiro