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Saúde Indígena
DSEI Guatoc reforça diagnóstico de doenças respiratórias causadas por vírus
Vinte e dois profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá Tocantins estão sendo capacitados para reforçar o diagnóstico de doenças respiratórias causadas por vírus. O treinamento, realizado em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Pará, está ampliando o conhecimento de enfermeiros e técnicos de enfermagem para o processo de coleta de amostra biológica. As equipes envolvidas na capacitação são de Polos Base e de Casas de Saúde Indígena (Casai) das regiões de Oriximiná, Santarém, Paragominas, Santa Luzia do Pará, Marabá, Capitão Poço, Tomé-Açú e Tucuruí.
“Existe, no Pará, um déficit de profissionais treinados para esse tipo de coleta de amostra biológica. Por isso, resolvemos investir na ação e solicitar o apoio do Lacen, que é referência no estado. Para as equipes que atuam em áreas indígenas o curso tem uma importância ainda maior, pois possibilita a qualificação dos dados de monitoramento e prepara os profissionais para lidar com eventuais surtos de gripe”, afirma a enfermeira Silvana Chaves, responsável no DSEI Guamá Tocantins pelo monitoramento das síndromes gripais (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
De acordo com Silvana, os 22 profissionais que estão sendo capacitados já demonstram conhecimento bem mais amplo. “Com o aumento de equipes habilitadas a fazer a coleta, teremos mais possibilidades de identificar os vírus respiratórios que estão circulando em áreas indígenas. Assim, seremos também mais atuantes junto à Vigilância Epidemiológica”, acrescenta a enfermeira. As equipes que participam do curso atuam nas cinco Casas de Saúde Indígena e nos oito polos base que integram a área de abrangência do DSEI Guamá Tocantins. Mais de oito mil indígenas de 29 etnias vivem na região.
ALERTA
Em 2014, o Distrito registrou casos de surto de gripe nas regiões cobertas pelos polos base de Marabá, Tucuruí e Santarém. “Em regra, o número de casos varia muito de acordo com a época do ano, sendo sempre mais elevado nos períodos de chuva. Algumas aldeias registram mais notificações, a exemplo da Trocará, em Tucuruí, e Mapuera, em Oriximiná. Independentemente da sazonalidade ou da região, nossas equipes estão sempre em alerta e estarão ainda mais a partir de agora”, ressalta Silvana Chaves.
Participante do curso, a enfermeira Josy Belém classifica a iniciativa como primordial para o êxito clínico e laboratorial no combate às síndromes gripais e síndrome respiratória aguda grave. “Reforçar o diagnóstico é ponto-chave, pois a depender da gravidade essas doenças podem levar o indígena a óbito em pouco tempo. Isso exige das equipes intervenção rápida e eficiente, tanto na questão terapêutica quanto na identificação do agente causador do agravo”, frisa.
Foto: Acervo / DSEI Guamá Tocantis