Notícias
Saúde Indígena
Equipes do Pará promovem capacitação em prevenção e controle de tuberculose
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó do Pará promoveu um curso de capacitação para médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem em prevenção e controle de tuberculose. Durante cinco dias, profissionais dos Polos Base Redenção, Ourilândia, São Felix e Tucumã discutiram práticas humanizadas do processo de trabalho. O objetivo é reduzir a incidência de casos da doença na região.
“O intuito [do curso] foi sensibilizar as equipes e incentivar um olhar diferenciado durante a busca ativa dos pacientes que apresentam sintomas”, explica Aliny Lappe, enfermeira e responsável técnica pelo Programa de Tuberculose do DSEI Kaiapó do Pará.
A atividade é resultado de uma parceria entre a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e o Projeto Xingu, e alcançou 26 profissionais, incluindo seis médicos do Programa Mais Médicos. Todo o conteúdo do curso foi adaptado ao contexto indígena.
INCIDÊNCIA
Desde 2012, a incidência de tuberculose no território do DSEI Kaiapó do Pará, ao Sul do estado, vem caindo consideravelmente. De 487,30 a cada 100 mil habitantes, em 2012, para 118,84 em 2014. Esta é uma região prioritária para o Programa de Controle da Tuberculose, considerando que o número é quatro vezes maior que a média do estado do Pará.
“A tuberculose ainda é um agravo prevalente no Brasil e deve ser trabalhada como prioridade na saúde indígena. Isto se dá por meio da busca ativa, com olhar sensível para os sintomas da doença”, alerta João Paulo Ferreira, coordenador do DSEI Kaiapó do Pará.
AÇÕES DE CONTROLE
Nos últimos dez anos, o Brasil reduziu em 22,8% a incidência de novos casos e em 20,7% a taxa de mortalidade da doença. Em 2014, a incidência foi de 33,5 casos por 100 mil habitantes, contra 43,4/100 mil em 2004. A taxa de mortalidade, em 2013, foi de 2,3 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo dos 2,9 óbitos por 100 mil habitantes registrados em 2003.
A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, alerta que, muito embora a taxa de incidência e de mortalidade por tuberculose estejam diminuindo no Brasil, a proporção de cura vem se mantendo constante ao longo dos anos – em torno de 73%.
Como política de controle recomendada pela Organização Mundial de Saúde, a ‘Stop TB Strategy’ apresenta todos os componentes indispensáveis para atuação das equipes de saúde nas ações programáticas no controle da tuberculose. A doença tem sido uma prioridade do governo federal desde 2003 e está presente em diferentes instrumentos de pactuação entre a União e os Estados, a exemplo do Pacto pela Vida, a Programação das Ações de Vigilância em Saúde (PAVS) e a Programação Pactuada e Integrada (PPI) da Atenção Básica.
Na saúde indígena, a Sesai coordena todas as ações de controle do Programa de Controle da Tuberculose, monitorando os Distritos Sanitários Especiais Indígenas e os indicadores epidemiológicos, e também articulando parcerias com o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, da SVS.
Por Déborah Proença
Fotos: Acervo / DSEI Kaiapó do Pará