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Saúde Indígena
DSEI Médio Rio Purus investe no controle de qualidade da água em terras indígenas
A água utilizada por indígenas que vivem ao sul do Amazonas, na área de abrangência do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Médio Rio Purus, está sendo alvo de um amplo monitoramento qualitativo desenvolvido por equipes locais de saneamento ambiental. Nesta primeira fase, profissionais visitaram dez aldeias coletando amostras em pontos estratégicos, onde normalmente os índios fazem captação superficial de água para consumo humano. As ações de controle deverão alcançar todas as 102 aldeias daquela região até o final do ano.
“Com esse trabalho nós conseguimos obter informações precisas para fazer o controle do impacto causado pela extração de água e pela presença de poluentes”, comenta o biólogo Darleson Correa Sá, responsável pela ação. As coletas aconteceram nas aldeias Pauzinho, Buritirana, Imbaúba e São Francisco, na região do Polo Base São Francisco; Crispim e Nova Fortaleza, no território coberto pelo Polo Base Crispim; Novo Paraíso, Macedinho, Copaíba e Arapaçu, que são atendidas pelo Polo Base Chico Camilo. Aproximadamente 100 indígenas vivem nessas localidades.
A análise do material é realizada nos próprios pontos de coleta, com aparelhos portáteis que permitem resultados imediatos, já que o DSEI ainda não dispõe de um laboratório com características específicas a essa finalidade. No entanto, o chefe do Serviço de Edificações e Saneamento Ambiental Indígena (Sesani) do DSEI Médio Rio Purus, Francisco Vieira, afirma que já está em elaboração o projeto de um laboratório com capacidade para análises mais aprofundadas.
Todo o trabalho de monitoramento acontece em paralelo a outra fundamental iniciativa: orientar a população sobre a importância de preservar a água. “Conversamos sempre com as lideranças e os agentes indígenas de saúde, pois a ideia é que eles sejam multiplicadores nas comunidades. Damos orientações a respeito do despejo correto de lixo, da adição de hipoclorito na água, estabelecemos diretrizes sobre a implantação de obras sanitárias, dentre outras questões”, acrescenta Darleson Sá. A meta, até o final de 2015, é levar as ações de monitoramento da qualidade da água a todas as comunidades na região de abrangência do DSEI Médio Rio Purus.
O Distrito tem sede no município de Lábrea e alcança também as cidades de Canutama e Tapauá. Compreende 20 terras indígenas demarcadas onde habitam povos de nove etnias, totalizando uma população de 7.933 indígenas.
Por Graziela Oliveira
Fotos: Acervo / DSEI Médio Rio Purus