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Saúde Indígena
DSEI Guamá-Tocantins faz avaliação das ações realizadas no primeiro semestre do ano
Com o objetivo de avaliar as ações de saúde desenvolvidas no primeiro semestre do ano, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá-Tocantins, no Pará, realizou a primeira reunião de monitoramento e planejamento de 2015.
Quarenta trabalhadores, entre Responsáveis Técnicos (RT) dos Polos Base, chefes das Casas de Saúde Indígena (CASAIs) e profissionais dos demais setores do distrito participaram do evento, no auditório do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde, em Belém (PA). A iniciativa partiu do coordenador do DSEI, Leone Rocha, que iniciou o trabalho no distrito como chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI), em 2012, e assumiu a coordenação em julho de 2013.
“Eu percebi que era de extrema importância aproximar e integrar os gestores dos polos e Casais com as equipes do nível central, respeitando e valorizando o trabalho de todos os envolvidos no processo de prestar assistência à população indígena.
Fizemos uma primeira reunião no segundo semestre de 2013, duas em 2014 e essa agora em 2015, com previsão de mais uma em dezembro”, explica Leone. Durante dois dias, os participantes apresentaram os indicadores de saúde de 2015 e fizeram uma comparação com os dados dos anos anteriores.
Entre os avanços no DSEI Guamá-Tocantins está a ampliação do programa de saúde bucal, que obteve melhoras significativas este ano com a aquisição de materiais, insumos, equipamentos, realização de capacitações e contratação de profissionais para todos os polos que atendem as 82 aldeias do distrito. “Outro crescimento importante é em relação ao programa de saúde mental, que foi renomeado pelos indígenas para ‘Programa Bem Viver na Aldeia’.
Pela primeira vez temos dados sobre essa atividade que, desde o ano passado, através do trabalho árduo dos nossos profissionais, teve as ações efetivamente implementadas em todos os Polos Base”, comenta Leone. No último dia, a metodologia da reunião foi um trabalho em grupo, onde além dos debates sobre questões técnicas de saúde, os participantes discutiram com as equipes centrais e a coordenação do DSEI as dificuldades e avanços que interferem diretamente na efetividade das ações de saúde, desenvolvendo estratégias conjuntas para resolução dos problemas.
Mais avanços Para o enfermeiro e Responsável Técnico (RT) do Polo Base Oriximiná, Christiano Adson Barbosa, a reunião de monitoramento foi muito positiva. “Além de mostrar nossos indicadores de saúde, foi possível avaliar se o trabalho que desenvolvemos realmente está mudando o perfil da nossa população. Também aproveitamos para trocar experiências com os demais RTs, pois o que está dando certo em um Polo pode ser referência para outro desenvolver da mesma forma ou adaptar para sua realidade.
Isso nos fez ter um olhar mais técnico e crítico para traçar estratégias e buscar melhorar cada vez mais nossa cobertura e a qualidade de assistência que nossas equipes vem desenvolvendo com cada usuário da saúde indígena”, disse Christiano. O Polo Base de Oriximiná atende uma população de 2.168 indígenas em 18 aldeias. Antes das equipes entrarem em área, são realizadas reuniões para traçar as metas e prioridades para cada aldeia.
Quando os profissionais retornam é feita outra reunião para avaliar se as ações propostas foram executadas e o que precisa melhorar para a próxima entrada das equipes.
“Em relação ao programa de Saúde da Mulher, por exemplo, nós tivemos avanços significativos. No ano passado, 89% das indígenas tiveram acesso ao exame preventivo e clínico de mama e todas as gestantes receberam acompanhamento do pré-natal com mais de quatro consultas. Além disso, todas as nossas crianças menores de cinco anos são acompanhadas e com a qualificação de todos os enfermeiros e médicos na estratégia AIDPI [Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância] nosso indicador de mortalidade infantil ficou controlado”, acrescenta o enfermeiro.
Para o coordenador do DSEI, monitorar as ações do distrito tem mostrado bons frutos na busca por uma gestão democrática e participativa. “Tão importante quanto o desenvolvimento das ações de saúde são esses encontros de monitoramento e planejamento das ações que programamos. Com isso, alcançamos nosso objetivo ao mesmo tempo em que percebemos os avanços obtidos e os grandes desafios que ainda precisamos enfrentar”, disse Leone.
“Ouvir a comunidade indígena, ter um olhar diferenciado e fazer um planejamento participativo com avaliações periódicas fazem com que a gestão das nossas ações fique cada fez mais fortalecida para que possamos continuar buscando, de forma preventiva, a qualidade da atenção primária à saúde para os nossos indígenas”, concluiu Christiano.
Por Graziela Oliveira
Fotos: Acervo/DSEI