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Saúde Indígena
Gestão e lideranças indígenas discutem melhorias para assistência à saúde em MG
Cerca de 50 líderes indígenas de comunidades que vivem em território mineiro foram recebidos em Brasília, na quarta-feira (2), pelo secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves de Souza. O encontro entre gestão e lideranças foi solicitado por caciques que representam uma população superior a 10 mil indígenas atendidos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Minas Gerais e Espírito Santo, com sede em Governador Valadares. Estavam representadas as etnias xakriabá, maxakalí, pataxó e krenak.
“Estamos gratos por essa oportunidade de apresentar ao próprio secretário as demandas que identificamos como primordiais para nossas comunidades. A principal delas, sem dúvida, é a questão do saneamento”, destacou o cacique xakriabá Domingos de Oliveira, da aldeia Brejo Mata Fome. “Vivemos no Norte de Minas Gerais, uma região muito árida, onde a captação de água é somente subterrânea. Precisamos que a Sesai priorize sistemas de abastecimento para nossas aldeias”, acrescentou.
Antônio Alves ouviu atentamente as observações do cacique Domingos e de todos os demais e respondeu ponto a ponto cada colocação. “As comunidades indígenas sabem desse espaço permanente de diálogo que existe entre a Sesai e as lideranças, uma condição primordial para nosso trabalho. Não seria possível planejar ações e serviços sem dialogar com os principais interessados, sobretudo se levarmos em conta a diversidade de povos, organização social, culturas e crenças”, pontuou.
Segundo o secretário, os anseios das comunidades indígenas para a assistência à saúde estão sendo contemplados nos Planos Distritais para o quadriênio 2016-2019, em fase de elaboração. “Buscamos uma nova metodologia para elaborar os planos, que serão muito mais realistas. Equipes se dedicaram ao trabalho de levantar as principais necessidades dos distritos e as propostas foram discutidas em cada Polo Base, com a participação dos conselheiros e lideranças”, ressaltou Alves.
“A construção de sistemas de abastecimento e de tratamento de água em aldeias, realmente, é um dos grandes desafios da Saúde Indígena. Hoje, das 5.620 aldeias, apenas 50% delas possui sistemas. Nossa meta é universalizar a oferta hídrica, garantindo água em quantidade, e de qualidade, para todas as comunidades indígenas”, comentou o secretário.
AVANÇOS
Coordenadora distrital há aproximadamente um ano, Fátima Aparecida da Silva, destacou o esforço da gestão para ampliar a qualidade da assistência aos povos indígenas no território de Minas Gerais e Espírito Santo. “É um Distrito com características bem particulares. A grande extensão territorial, por exemplo, exigiu de nós reforço na frota de veículos para transportar pacientes e equipes. A reorganização de processos de trabalho e a adesão a atas de registro de preço para medicamentos e insumos também estão impactando positivamente o dia a dia de trabalho no DSEI”, observou.
“Graças ao trabalho dedicado das equipes e ao apoio irrestrito que a gente recebe da Sesai no nível central, estamos conseguindo avanços importantes. É bem verdade, porém, que ainda há muito a ser feito, sobretudo na área de Saneamento, onde há uma demanda reprimida muito antiga. O papel do controle social também é decisivo para que a gente consiga fazer mais e melhor pelas populações daquela região. São 72 conselheiros de saúde indígena que se dedicam a buscar melhorias para suas comunidades”, finalizou a coordenadora.
Por Bruno Monteiro
Fotos: Alejandro Zambrana / Sesai-MS Veja mais fotos do encontro