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Saúde Indígena
Equipes da Bahia reforçam atenção às doenças prevalentes na infância
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Bahia capacitou a segunda turma de médicos e enfermeiros na estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI). Participaram 13 profissionais dos Polos Base de Ilhéus, Pau Brasil e Porto Seguro. O curso foi resultado de uma parceria entre o DSEI e o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). Em fevereiro deste ano, foram capacitados médicos e enfermeiros dos Polos Base de Ribeira do Pombal, Euclides da Cunha, Paulo Afonso, Juazeiro e Ibotirama.
“O objetivo foi aprimorar as condutas dos profissionais de acordo com os sinais clínicos apresentados por menores de cinco anos, conforme recomenda o Ministério da Saúde. A estratégia faz com que médicos e enfermeiros desenvolvam seus serviços em área com melhor qualidade, contribuindo de forma determinante para a redução das taxas de morbimortalidade infantil nas comunidades indígenas”, explica o enfermeiro e instrutor da capacitação, José Anacleto Neto.
O DSEI Bahia atende uma população de 3.097 indígenas menores de cinco anos. Segundo a equipe do Distrito, as doenças mais registradas em crianças naquela região são diarreia, problemas respiratórios, desnutrição e anemia. Desde a implantação da estratégia AIDPI no DSEI, houve um aumento de 43% no número de menores cadastrados no programa de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.
“Outro resultado positivo é a redução do número de mortes infantis pós-neonatal. Diferentemente do ano passado, ainda não tivemos em 2015 nenhum registro de óbito de menores de um ano, após seis dias de vida. Além disso, os profissionais estão mais seguros e integrados quanto à assistência de nossas crianças indígenas”, acrescenta o enfermeiro.
A estratégia em AIDPI também capacita os médicos e enfermeiros para que identifiquem sinais gerais de perigo - quando há necessidade de remoção imediata da criança para emergência hospitalar -, verificam a situação das vacinas, avaliam o estado de alimentação e outros problemas, como a violência doméstica, por exemplo.
“O curso foi muito importante, pois a partir do aprendizado poderemos adotar condutas de atenção integrada para atender a população infantil indígena. Agora me sinto atualizada e preparada para enfrentar e combater adequadamente essas doenças, possibilitando planejar formas de reduzir e amenizar os agravos abordados na estratégia AIDPI”, disse a enfermeira Flávia Bragança, que trabalha no posto de saúde da aldeia Coroa Vermelha, comunidade atendida pelo Polo Base de Porto Seguro.
PROCEDIMENTOS MAIS ASSERTIVOS
A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes da Infância (AIDPI) é uma estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS) que permite avaliar os principais fatores que afetam a saúde de crianças menores de cinco anos por meio da identificação precoce de sinais e sintomas. A estratégia aborda, também, o acolhimento integral da família, a compreensão do problema e os procedimentos mais assertivos no combate à doença em questão.
No Brasil, a estratégia AIDPI foi adaptada às características epidemiológicas da criança brasileira e às normas relativas à promoção, prevenção e tratamento dos problemas infantis mais frequentes no país.
Por Graziela Oliveira
Fotos: Acervo / DSEI Bahia