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Saúde Indígena
Sesai promove oficina de multiplicadores para construção dos Planos Distritais de Saúde Indígena
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) deu início, na manhã desta quarta-feira (26), à realização da oficina de multiplicadores para construção dos Planos Distritais de Saúde Indígena (PDSI) para o quadriênio 2016-2019. Durante os próximos três dias, técnicos da Secretaria, coordenadores dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi) estarão discutindo a aplicação de uma nova metodologia para construção dos planos com vigência até 2019. A proposta é que estes participantes retornem às suas regiões como agentes multiplicadores no processo de construção dos PDSI juntamente com as comunidades indígenas.
A aplicação da nova metodologia vai possibilitar aos DSEIs elaborarem planejamentos mais assertivos, pautados nas necessidades de saúde da população e amparados em possibilidades técnicas e financeiras. “Este é um exercício de gestão coletiva e estratégica. Não queremos construir planos de gaveta, mas planejamentos factíveis. Precisamos planejar de acordo com a nossa capacidade de executar”, disse o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, durante a abertura solene do evento.
Alves também fez uma breve análise dos PDSI elaborados para o período de 2012 a 2015. Lamentou o excesso de detalhamento de alguns planos, que acabaram impossibilitando a sua execução, e reconheceu que este foi o primeiro instrumento de direção estratégica e de gestão referenciado pelo controle social na era Sesai. “A avaliação que temos hoje é que podemos comemorar muito em relação à situação em que estávamos quando construímos os PDSI, em 2012. Avançamos muito e sei que vamos avançar ainda mais com construção deste novo planejamento”.
EXPECTATIVAS
As expectativas com a construção dos novos PDSI foram destacadas pelos presidentes de Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi) que estavam presentes. Para o coordenador executivo do Fórum de Presidentes de Condisi, Cleyton Javaé, a análise do plano anterior é imprescindível para construção dos novos planejamentos.
“Não podemos discutir a construção do próximo PDSI sem antes fazermos uma avaliação do plano atual. Precisamos saber onde estamos, onde avançamos, e quais são as dificuldades para avançar. Nossa preocupação é que não se gere mais expectativas na comunidade com planos que não saem do papel”, reforça Cleyton.
Segundo o presidente do Condisi Médio Rio Purus, Erivelto Apurinã, a nova metodologia de construção dos PDSI vai auxiliar muito os debates nas bases. “Esta era a maior queixa das comunidades indígenas. Sempre que nós conselheiros chegamos a uma aldeia somos cobrados por todas aquelas ações que foram colocadas no plano, mas que o DSEI não conseguiu cumprir, seja por falta de verba, seja por falta de recursos humanos. Com a nova metodologia vamos construir planos próximos da nossa realidade para executá-los”.
Por Felipe Nabuco
Fotos: Alejandro Zambrana / Sesai-MS