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Saúde Indígena
Sesai e CIMI discutem saúde e temas ligados à política indigenista
O secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, e o secretário Executivo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Cleber Buzato, estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira (2), em Brasília (DF), para discutir temas relacionados à saúde e à política indigenista. O objetivo do encontro, destacado por Antônio Alves, foi trocar experiências e propor a construção de uma agenda de discussão permanente, visando à qualificação dos serviços prestados à população indígena.
“O que estamos propondo é um trabalho integrado. Queremos potencializar uma atuação conjunta, já que militamos pelo mesmo objetivo, que é a melhoria da qualidade de vida dos nossos povos indígenas”, pontuou Antônio Alves.
Além de assuntos ligados ao andamento da política de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, Alves e Buzato também debateram sobre temas que estão em pauta no Congresso Nacional e que interferem diretamente na vida dos povos indígenas do Brasil, a exemplo da PEC 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a competência por demarcações de Terras Indígenas. Discutiram ainda sobre a conjuntura política do Parlamento Nacional; os conflitos por terra em todo paí;, e a necessidade de desenvolvimento de projetos sustentáveis para os povos indígenas.
“É preciso ter em mente que sozinha a Saúde não vai resolver todos os problemas porque passam as população indígenas. É preciso discutir projetos sustentáveis, formar o indígena para que seja um técnico agrícola, para cuidar da lavoura da comunidade, oferecer condições para que produzam e se sustentem”, acrescentou Alves.
O secretário Executivo do CIMI, Cleber Buzato, lembrou que há 40 anos o CIMI milita em defesa dos direitos dos povos indígenas e que o esforço é “na perspectiva de fortalecimento da estrutura do Estado brasileiro para oferecer, entre outras coisas, uma saúde indígena de qualidade”. “Hoje, temos a exata noção que o Estado brasileiro, com a SESAI, tem muito mais estrutura e muito mais condições de prestar um serviço melhor do que era nas décadas de 80 e 90, quando nossos missionários prestavam atendimento”, frisou.
Antônio Alves aproveitou ainda a oportunidade para explicar o que motivou o Governo Federal a criar a proposta do Instituto Nacional de Saúde Indígena (INSI). “O que estamos propondo cumpre a exigência do TCJ, que é desprecarizar as relações de trabalho na Saúde Indígena. O que estamos propondo não é privatização. O INSI será público. Administrado com verba pública, com diretor nomeado pela presidenta da República. A diferença está nas flexibilidades que ele terá para realizar contratações e aquisições de forma mais ágil”.
Participaram também do encontro o chefe de Gabinete da Sesai, Daniel Lacerda; o diretor de Gestão, Rafael Bonassa; a diretora de Atenção, Danielle Cavalcante; o diretor de Edificações e Saneamento Ambiental da Sesai, Flávio Norberto; a coordenadora de Saneamento Ambiental, Lucimar Alves; a assessora para o Controle Social, Bianca Moura; e os assessores jurídicos do CIMI, Adelar Cuprinski e Rafael Modesto.
Por Felipe Nabuco
Fotos: Déborah Proença.