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Construção de Hospitais Universitários é tema de reunião entre Sesai e EBSERH
Elaborar projetos pautados nas necessidades de saúde da população é um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde SUS, que encontra na Saúde Indígena sua manifestação mais emblemática. Ao menos esta foi uma das conclusões a que chegou a reunião ocorrida na tarde desta quinta-feira (2), em Brasília (DF), entre técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). O encontro teve como objetivo discutir diretrizes e recomendações da Saúde Indígena par aa elaboração de projetos arquitetônicos de unidades hospitalares a serem executados pela EBSERH.
“Nós estamos elaborando os escopos dos projetos de seis hospitais universitários e precisamos saber se há alguma orientação ou diretrizes a serem seguidas para que estes projetos possam respeitar as especificidades da Saúde Indígena”, disse a arquiteta da EBSERH, Regina Maria Barcelos. De acordo com ela, os hospitais serão construídos nos estados de Roraima, Amapá, Acre, Rondônia, Tocantins e no município de Campina Grande (PB).
O secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, ressaltou o empenho da EBSERH de construir unidades hospitalares que contemplem as peculiaridades dos povos indígenas do Brasil. Ele lembrou que, hoje, 498 municípios brasileiros contam com populações indígenas em seus territórios e que se tratam “de comunidades com hábitos culturais, religiosos e alimentares bastante distintos”. “São quase 900 mil indígenas, de 305 etnias diferentes, que ainda falam 274 línguas”, reforçou.
Alves também sinalizou para a necessidade de estabelecer uma parceria mais ampla entre o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Saúde (MS) para que todas as unidades construídas pela EBSERH possam ser referência na assistência de comunidades indígenas, inclusive na formação de profissionais de saúde, em suas grades de residência médica.
“Este é um grande ganho, uma ação de governo que, pela primeira vez, está elaborando projetos de construção de hospitais voltados às necessidades e especificidades da saúde indígena. Este é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes desafios do SUS”, disse.
Para as adequações dos projetos em andamento, Alves explicou que serão necessárias reuniões entre a equipe da EBSERH e da Diretoria de Edificações e Saneamento da Sesai. “Cada localidade terá uma realidade específica e serão as especificidades das etnias ali existentes que indicarão quais adequações serão necessárias no escopo do projeto”.
A diretora de Atenção da Sesai, Danielle Cavalcanti, destacou os benefícios da parceria. “Poder contar com uma ambientação dentro do hospital que respeite as necessidades e especificidades da população indígena é um ganho que possibilita a qualificação da assistência como um todo. Pois não adianta a Sesai ter todo o cuidado de garantir este respeito lá na ponta, se quando o indígena precisa vir para a cidade não tem isso garantido nos hospitais”.
Participaram também da reunião a coordenadora de Articulação da Saúde Indígena, Miriam Vieira, e os representantes da EBSERH Carolina Oliveira, Argeu Fonseca, Guilherme Silva, Gislanelo Borges e Wilker Oliveira.
Por Felipe Nabuco