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Reunião Nacional avalia situação da Tuberculose entre povos indígenas
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) promoveu, entre os dias 17 e 19 desse mês, a Reunião Nacional de Avaliação do Programa de Controle da Tuberculose. O evento aconteceu em Brasília (DF) e teve como objetivo avaliar o trabalho desenvolvido em 2014 pelos 34 Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígena (DSEIs), além de elaborar um plano estratégico para 2015.
Com uma programação intensa de trabalho, com cinco apresentações seguidas de avaliação e proposta de ações, o evento visou elaborar um diagnóstico situacional da doença por meio de avaliações epidemiológicas e falas de cada representante dos 34 DSEIs. Além disso, a reunião possibilitou conhecer as características de cada distrito dentro do Programa, verificar e mapear os desafios e dificuldades, além de elaborar propostas conjuntas em parcerias entre DSEIs e programas municipais, estaduais e controle social para 2015.
Embora com dados parciais (até setembro de 2014), o Programa de Controle da Tuberculose da Saúde Indígena vem registrando queda significativa no número de casos. Atualmente, a média se aproxima da nacional, com incidência de 55,4 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2013, a incidência foi de 104,4/100 mil habitantes.
Porém, ressalta a técnica do Programa de Controle da Tuberculose na Saúde Indígena, Stanisleni Oliveira Brilhante, esses resultados são sempre sujeitos à revisão e não estão completos. “Eles serão avaliados de acordo com as informações apresentadas sobre a doença nos DSEIs, pois, diante das dificuldades geográficas, de insumos e de recursos humanos, não se pode afirmar que há melhora nem piora no serviço”.
Para a técnica Lúcia Matuoka, que também atua no Programa, a tuberculose na saúde indígena não é uma doença cujos indicadores mudam rapidamente. “Já trabalhei com saúde não indígena e aqui é muito mais difícil. No Vale do Javari, por exemplo, o responsável técnico passa 18 dias de barco só para chegar a uma aldeia, passa de sete a 10 dias, depois mais 18 dias de barco para voltar. É muito difícil”, afirma.
Stanisleni explica porque a média de incidência de tuberculose em comunidades indígenas é geralmente duas vezes e meia maior do que em comunidades não indígenas. “[Isto acontece] Pelos próprios costumes deles, pois geralmente moram agrupados, ficam mais aglomerados. Mas varia de acordo com cada povo. São mais de 300”, ressalta a enfermeira.
O Programa
A Sesai coordena todas as ações de controle do Programa de Controle da Tuberculose da Saúde Indígena, monitorando os DSEIs e os indicadores epidemiológicos, e também articulando parcerias com o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).
Por Déborah Proença