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Secretário discute com lideranças indígenas melhorias na gestão do DSEI Yanomami
O secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, esteve reunido, na manhã desta quinta-feira (6), com lideranças indígenas assistidas pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami (RR). Entre os assuntos debatidos no encontro, a necessidade de alinhamento dos processos de trabalho no distrito e a reorganização das escalas de trabalho das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) foram abordadas como prioridades para que a assistência às 283 aldeias da região seja mais efetiva. Na ocasião, o secretário Antônio Alves apresentou um relatório de avaliação realizado pela Sesai/DF no DSEI, no final do ano passado, e ratificou o compromisso da Sesai com a escolha de nomes com o perfil técnico, e não político, para gerir o distrito. “Criamos uma relação de mútuo respeito, carinho e admiração com o povo Yanomami. O Davi foi uma das lideranças que mais apoiou a criação desta secretaria e esta relação de confiança pode nos ajudar a fazer do DSEI Yanomami um exemplo para os demais distritos do país”, disse Antônio Alves durante o encontro.
O secretário salientou que após receber manifestações de descontentamento por parte das lideranças indígenas em relação à gestão do DSEI Yanomami, encaminhou a Roraima, em novembro do ano passado, uma equipe multiprofissional para realizar uma avaliação criteriosa do trabalho realizado pelo DSEI na gestão de contratos, recursos humanos, bem como nos serviços de saúde prestados às comunidades. A avaliação realizada pela equipe da Sesai/DF constatou a necessidade imediata de intervenção na gestão no distrito.
“A Casa de Saúde Indígena (Casai) não é um estabelecimento para ficar lotado. Quando isso acontece é sinal de que o trabalho em área não está sendo devidamente realizado”, disse Antônio Alves, ao ressaltar que não estava havendo um gerenciamento, por parte do DSEI, das escalas de trabalho das equipes que vão a campo prestar assistência. “Havia muito gasto com contratação de pessoal, mas pouca produtividade nas aldeias. O que queremos é produtividade, é que as equipes percorram as aldeias, visitem as malocas e prestem o devido atendimento, pois quando este atendimento é qualificado, cerca de 80% dos casos são resolvidos ali mesmo”, disse.
Equipes em área
A reorganização das escalas de trabalho para a entrada das equipes em área foi destacada pela coordenadora interina do DSEI Yanomami, Maria de Jesus, como uma prioridade posta em prática para que os serviços assistenciais possam voltar à normalidade. “Neste exato momento, estamos com equipes de saúde em área. O que estamos fazendo é uma verdadeira faxina, pois quem não estiver produzindo, visitando as aldeias e prestando a assistência será substituído, garantiu.
O secretário Antônio Alves manifestou às lideranças o desejo de visitar boa parte dos 34 Polos Base de saúde administrados pelo DSEI e acompanhar o trabalho das equipes de saúde em área. “O DSEI já conta hoje com a importante colaboração de sete médicos cubanos que vieram do Programa Mais Médicos e o nosso desejo é de inserir mais 10. Com isso, a assistência melhorará, pois passaremos a ter uma melhor resolução dos casos na própria aldeia e, com isso, a diminuição dos pacientes encaminhados para a Casai”.
Participaram da reunião a liderança indígena, Davi Kopenawa Yanomami; o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Peri Xirixana; a diretora interina de Gestão da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Regina Rezende; a chefe de Gabinete da Sesai, Verbena Melo; a assessora para o Controle Social, Bianca Moura; e a coordenadora interina do DSEI Yanomami, Maria de Jesus.
Por Felipe Nabuco