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Sesai mostra os avanços na área de saneamento e edificações
Durante a Mesa Central “Saneamento e Edificações de Saúde Indígena”, realizada no início da tarde desta quarta-feira (4), na 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI), a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) apresentou os principais avanços na área de saneamento e edificações em terras indígenas. Entre as medidas está a autorização, em 2013, para execução de 356 projetos de sistemas de abastecimento de água e saneamento ambiental e de 112 projetos de unidades de saúde. No total, os investimentos somam R$ 85 milhões.
Os dados foram apresentados pelo diretor do Departamento de Saneamento e Edificações em Saúde Indígena da Sesai, Carlos Madson Reis. “Apesar de ainda termos um déficit muito grande nessa área, considero que já avançamos muito, pois conseguimos, só em 2013, colocar em execução mais de 500 projetos”. Madson reconhece que os desafios e problemas ainda são muitos. Segundo ele, só na área de edificações, há uma necessidade de construção e reforma de cerca de mil unidades de saúde, o que inclui Casas de Saúde Indígena (Casais), Polos Base e Postos de Saúde.
Além desse déficit, há o fato de boa parte das terras indígenas estarem localizadas em áreas de difícil acesso, tornando ainda mais complexo o desafio de construir edificações e implantar sistemas de saneamento e abastecimento de água. “Por isso, precisamos ser ousados e dar uma nova dimensão a essa área, usar novas tecnologias, mais baratas e flexíveis, para podermos superar as dificuldade e avançar”, ressaltou Madson.
Como proposta, a Sesai está discutindo a implantação de um programa de requalificação das unidades de saúde indígena. A ideia é aperfeiçoar a estrutura física do Subsistema de Saúde Indígena garantindo o cumprimento das normas técnicas e reduzindo os custos de implantação e execução. Entre as propostas está a padronização dos projetos das unidades de saúde, a partir de construções modulares, mesma tecnologia utilizada na Rede Sarah de Hospitais. O que, segundo o diretor da Sesai, permite a padronização e adaptação dos materiais utilizados e do tipo de construção, de acordo com as especificidades de cada local.
Saneamento e saúde
A relação direta entre o acesso à água potável e a implantação de sistemas de saneamento ambiental e as condições de saúde também foi destacada pelos demais participantes da mesa. O presidente do Instituto Trata Brasil, Edson Carlos, lembrou que menos da metade das cidades do país contam com rede de coleta de esgoto e que as áreas indígenas não fogem à regra, mas que o Instituto já percebe avanços por parte do governo para mudança desse quadro.
Já a representante da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Tatiana Santana Timóteo, destacou o Plano Nacional de Saneamento Básico, que tem previsão de ser publicado ainda esta semana. O plano prevê investimento na área de saneamento de R$ 500 bilhões até 2033, além de prever políticas específicas para saneamento em áreas indígenas que incluam tecnologias apropriadas para cada localidade. A mesa foi coordenada pela assessora indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Pernambuco, Carmem Pankararu.
Por Aêde Cadaxa
Foto: Luís Oliveira - Sesai/MS