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Saúde Indígena
Participantes da 5ª CNSI destacam clima de harmonia e união durante o evento
Mais de 1.200 indígenas de todo o país estiveram, de 2 a 6 de dezembro, na capital federal com o mesmo objetivo: expressarem as suas necessidades, angústias, expectativas e dar sugestões em relação ao tema “Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e o SUS: Direito, Acesso, Diversidade e Atenção Diferenciada”. O palco para esse grande encontro foi a 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI), promovida pelo Ministério da Saúde, com o apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em parceria com o Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Durante cinco dias, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), foi bonito ver a interação entre os índios das mais variadas etnias, pintados e usando diversos adereços, além dos não índios. Todos juntos, debatendo, propondo e alcançando resultados no maior clima de paz e alegria. Assim definiu o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, na Plenária Final da 5ª CNSI, nesta sexta-feira.
Este foi um momento muito importante para o Sistema Único de Saúde (SUS), para o Ministério da Saúde e para a Sesai. Em um clima de harmonia, nós consolidamos o que veio das bases e respeitamos a vontade de 16 mil índios que participaram das etapas locais e distritais, e escolheram vocês como representantes”, afirmou.
O coordenador Executivo do Fórum de Presidentes de Conselho Distrital de Saúde Indígena (Fpcondisi), Jorge Marubo, concordou com as palavras de Antônio Alves e destacou o respeito que foi dado às propostas. “Percebemos que 95% delas foram aprovadas na íntegra. Estamos de parabéns. A paz e a humildade que nós tivemos representaram o grande destaque nessa 5ª CNSI. Pra nós, parentes, foi de muita felicidade participar dessa Conferência, ao mesmo tempo, sei que agora devemos nos preocupar com a Pós-Conferência, ou seja, com a implementação dessas propostas pelos gestores da Saúde Indígena. Temos que acompanhar de perto”, alertou.
Para a liderança indígena mulher e coordenadora do Fpcondisi, Carmem Pankararu, a 5ª CNSI provou que as bases da Saúde Indígena estão bastante organizadas e o Controle Social está cumprindo devidamente o seu papel. “Isso demonstra que todas as cinco regiões estão unidas para discutir saúde e que a temática está forte nas aldeias. Encerramos a Conferência com a alegria de estarmos fazendo a Saúde Indígena do país”, comemorou.
O pajé Antônio Celestino, 78 anos, participou praticamente de todas as outras quatro Conferências Nacional de Saúde Indígena realizadas no país e afirma que nunca viu nada igual a 5ª CNSI. “Desde 79 que me integrei na luta pelo o meu povo. A 4ª CNSI, por exemplo, foi muito complicada. Nessa, estamos todos de parabéns. Durante esta semana fizemos um trabalho com a esperança de termos a colheita. Digo agora para não esfriar a luta, porque ela continua com a Pós-Conferência”.
Para finalizar o evento, o secretário Antônio Alves recebeu um cocar dos índios, reafirmando, pela segunda vez, o seu compromisso como gestor da Saúde Indígena. Além disso, uma pajelança - ritual místico realizado por um pajé indígena - foi feita para abençoar e proteger a todos que fazem a Secretaria Especial de Saúde Indígena.
Por Vivianne Paixão
Foto: Igor Freitas - Sesai/MS