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Saúde Indígena
Indígenas interagem com o mundo virtual durante a 5ª CNSI
Os avanços do mundo tecnológico também estão presentes na vida dos índios, que se renderam às maravilhas da informação. Durante a 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI), realizada esta semana em Brasília (DF), os stands de acesso à internet ficam lotados de indígenas interagindo com o mundo virtual. Adultos e crianças se revezam nos computadores instalados pela organização do evento. O menino Lucas Togogebado, de 9 anos, fica atento a um vídeo na internet. “Gosto de ver jogos”, disse. Lucas veio de Barra do Garças (MT), comunidade Boró, tem sete irmãs e concluiu o 2ª ano do ensino fundamental.
Outro índio conectado, Cesar Terena, de 39 anos, participa da Conferência como delegado. Ele representa os trabalhadores em saúde do Polo Base Aquidauana, do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Mato Grosso do Sul. Cesar é técnico de enfermagem na aldeia Bananal e, como profissional de saúde, disse que é necessário o contato com as novas tecnologias "para estreitar essa distância, sobretudo no acompanhamento de novas informações relacionadas à evolução da saúde". Ele conta, ainda, que sempre busca pesquisas em páginas confiáveis, além de se informar através dos noticiários.
Nas aldeias, a proximidade das comunidades indígenas com os centros urbanos é outro fator que contribui para o aumento do acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, possibilitando maior visibilidade e a preservação da memória dos povos indígenas. O índio Kamikia Kisêdjê, de 29 anos, mora no Xingu e, juntamente com o amigo, Jairao Kuikuru, produz material para um jornal em vídeo da comunidade. “Fizemos primeiramente um DVD com as notícias referentes a nosso povo e lançamos em maio deste ano”, disse Kamikia. Para a próxima edição, ele conta que juntou material das etapas locais e distritais da 5ª CNSI e, agora, da etapa nacional. “Nossa expectativa é apresentá-lo até o final do mês”, revela, acrescentando que todo evento que participa, publica as informações na página dele no Facebook.
Por João Bosco de Araújo