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Saúde Indígena
Delegados da 5ª CNSI destacam e comentam propostas favoritas
Os mais de 1.300 delegados da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI) concluíram, nesta quarta-feira (5), a apreciação das 453 propostas encaminhadas para a Etapa Nacional da Conferência. Com as discussões, é nítido o engajamento dos indígenas na discussão das propostas apresentadas.
Para Reginaldo Neves, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Bahia, uma das sugestões que chamou a atenção foi a criação de uma Casa de Saúde do Índio (Casai) regional, localizada em Manaus, com o objetivo de atender os índios dos sete distritos do estado.
Outra proposta que agradou o delegado foi a criação de chefias nos 365 Pólos Base do país. “Os pólos, muitas vezes, estão soltos por não termos um responsável designado para a parte administrativa. Hoje, temos um responsável técnico, mas sem ter o cargo específico”, argumentou.
Para Manoel Nunes, delegado do segmento usuário do DSEI Parintins, uma ideia interessante que está sendo discutida é a autonomia financeira dos 34 Condisi. Na prática, os conselhos teriam dotação orçamentária independente dos distritos, o que, na visão do delegado, garantiria maior autonomia nas ações do Controle Social. “O recurso seria direto de Brasília e poderíamos melhorar nossas ações”, completou.
Antônio Ramalho, delegado pelo segmento gestor do DSEI Manaus, destacou outra proposta que implica em alterações no Controle Social indígena. Ramalho defendeu mecanismos mais detalhados de prestação de contas para os conselheiros em uma periodicidade quadrimestral. “A proposta original diz de seis em seis meses, mas defendemos de quatro em quatro, pois acreditamos que é possível ampliar estas prestações de contas”.
Claudemir Mamede, Agente Indígena de Saúde do DSEI Mato Grosso do Sul, disse que a proposta mais importante discutida é a que pede o reconhecimento em lei das profissões de Agente Indígena de Saúde (AIS) e Agente Indígena de Saneamento (Aisan). “É uma briga para termos um melhor salário e reconhecimento da nossa atividade, que até hoje é marginalizada”, afirmou o delegado.
Consenso
Eduardo Castelo, representante do DSEI Alto Rio Negro, disse que todos os participantes devem ter em mente que as propostas aprovadas devem ser resolutivas para todos. “Muitas vezes temos uma proposta que não é exatamente o que você pediu, mas é importante para muitos outros, então sempre temos que pensar no coletivo”, conclui.
Por Francisco Assul
Foto: Luís Oliveira - Sesai/MS