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Saúde Indígena
Assinatura de portaria que beneficia a Saúde Indígena é destaque na abertura da 5ª CNSI
Na noite desta segunda-feira (2), aproximadamente dois mil participantes, dentre índios e não índios, lotaram o auditório do Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF), onde está sendo realizada a Etapa Nacional da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI). O evento, que prossegue até sexta-feira (6), foi aberto pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanhado do secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, e da presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro, além da participação do secretário de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP), Odorico Monteiro, e de Sônia Guajajara, da direção da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Em meio a muitos discursos, os indígenas foram surpreendidos com uma boa notícia. O ministro da Saúde assinou a portaria que garante a participação de representantes indígenas em reuniões decisivas para a destinação das verbas do setor. "Para os encontros que ocorrem nos estados, entre as secretarias estaduais e municipais de Saúde, e para as reuniões que decidem, por exemplo, quantas vagas serão criadas no hospital, quanto dinheiro vai para um determinado tipo de cirurgia, quanto vai ser destinado para o Tratamento Fora do Domicílio (TFD), haverá um representante dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) para discutir questões relacionadas ao povo indígena", explicou Alexandre Padilha.Ao sair da solenidade, os indígenas comemoraram e agradeceram a participação do ministro na abertura da 5ª CNSI.
“O evento está muito bom. A participação indígena está surpreendente. Quanto mais índios estiverem participando, a construção será mais democrática. Aos poucos a gente vai construindo essa Saúde Indígena que ainda não está consolidada. Hoje está sendo muito importante termos a presença do secretário Especial de Saúde Indígena e do nosso ministro da Saúde. Já tivemos uma grande conquista com essa portaria, mas, o que a gente precisa também é de uma liderança indígena empossada e com autonomia para trabalhar ao lado dele. Já temos parentes com condições de atuar. A Saúde Indígena não pode ser feita somente pelos não indígenas”, opinou Aureni Fulinio, delegada do DSEI Pernambuco.
Para Dourado Tapeba, coordenador da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), membro da Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI) e assessor do Controle Social na Saúde Indígena do DSEI Ceará, a 5ª CNSI representa um marco na história do país. “Com relação às quatro Conferências Nacionais de Saúde Indígena já realizadas, essa está sendo de muita surpresa. O secretário Antônio Alves tem feito muito por nós, mas ele ainda tem bastante a nos ajudar. A presença do ministro da Saúde nesta Conferência é interessante, até porque ele já foi diretor do departamento de Saúde Indígena da Funasa. A fala dele nos reafirma o quanto ele está lutando para construir uma saúde de qualidade e diferenciada para os povos indígenas do Brasil”, avaliou.
Por Vivianne Paixão