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Saúde Indígena
Ministro pede racionalidade na aplicação de recursos na Saúde Indígena
O Ministro da Saúde, Artur Chioro, disse na última sexta-feira (28), durante o evento que discute o planejamento orçamentário da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que os gestores do setor precisam ter racionalidade no uso dos recursos disponíveis para qualificar a gestão e fazer mais com o valor atualmente disponível. O evento, realizado em Brasília (DF), reuniu coordenadores dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), além de chefes dos setores de logística (Selog) e financeiro e também presidentes dos 34 Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi).
O orçamento para a Sesai para o ano de 2014 é de R$ 1.093 bi e cabe ao grupo definir como este montante será aplicado ao longo do ano. Chioro pediu unidade e comprometimento dos trabalhadores, mesmo na impossibilidade de realizar certas ações. "Eu aprendi com o ex-presidente Lula a dizer não em determinadas situações, sempre explicando o porquê e detalhando o que pode ser feito. O gestor da saúde indígena não pode dizer sim para coisas que ele não tem como cumprir", disse o ministro, respondendo a questionamentos sobre possíveis incrementos no orçamento para este ano.
"Eu não participei da elaboração deste orçamento, mas a partir de agora isso é minha responsabilidade. Vamos lutar por recursos e, principalmente, para fazer mais com o que temos disponível. Tenho certeza que se fizermos uma análise minunciosa de cada contrato vamos descobrir possibilidades de fazermos mais com o mesmo recurso", argumentou.
O representante da Articulação dos Povos e Comunidades Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Sandro Tuxá, pediu garantias para que o serviço prestado aos indígenas não seja interrompido, mesmo durante auditorias e demais processos de investigação. "Se alguém usar indevidamente os recursos da saúde indígena eles devem ser punidos nos rigores da lei, mas enquanto as investigações ocorrem os indígenas não podem pagar a conta sendo prejudicados no atendimento", afirmou.
Tanto o ministro quanto o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, garantiram que o atendimento contínuo e integral é uma missão do ministério que será cumprida. As mudanças e investigações, segundo Chioro, são formas de garantir que o serviço público seja executado de forma honesta, sem desvios ou mau uso do recurso público. Para tal objetivo, o ministro espera uma equipe que esteja "sintonizada com o meu estilo de gestão, que não admite corrupção ou desperdício de verbas".
O presidente do Condisi Altamira, Willian César Lopes, pediu ao ministro que olhe com cuidado para a saúde indígena e lute constantemente na busca de recursos. "É uma divida que o poder público tem com os indígenas. Para nós, uma quantidade não tão expressiva de recursos pode fazer muita diferença. São muitos anos onde o Estado não fez o que deveria ter feito, por isso, nossa carência é tão grande", defendeu o conselheiro.
Segundo Chioro, a atenção dada à saúde indígena no programa "Mais Médicos" mostra como o Governo Federal está engajado com a causa. "A saúde indígena foi a primeira da lista para receber os médicos cubanos porque sabíamos que era a população com maior necessidade. Isso o ex-ministro Alexandre Padilha me disse pessoalmente para reforçar como a questão dos indígenas é importante para o Governo Federal".
Por Francisco Assul