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PREVENÇÃO
Rondônia registra 330 casos de hanseníase em 2022. Veja como funciona tratamento:
O diagnóstico precoce da hanseníase é um importante mecanismo para se impedir o desenvolvimento de lesões neurais e danos irreversíveis aos pacientes. Considerada um problema de saúde pública no Brasil, apenas em 2022, o país registrou mais de 17,2 mil casos. Em Rondônia, preliminarmente, foram 330 diagnósticos gerais da doença, além de oito registros em pacientes menores de 15 anos.
A infecção é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e tem evolução crônica. A doença atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas e a identificação é feita por exame físico geral e dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas com alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas. Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão na pele, são encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade.
Além disso, para auxiliar no diagnóstico, a partir de fevereiro o Ministério da Saúde distribuirá 150 mil testes da doença. A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores de instituições brasileiras e é dividida em duas modalidades: o teste rápido (sorológico) e o teste de biologia molecular (qPCR).
Um terceiro teste também será ofertado pelo Sistema Único de Saúde, o PCR, que auxiliará na detecção da resistência a antimicrobianos. As três tecnologias foram incluídas no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da doença em julho do ano passado.
Entenda
Qual é a forma de contágio?
A transmissão acontece quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença e sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A dispersão do bacilo pelo doente é pelas vias aéreas superiores, como espirro ou tosse, e não é transmitida por objetos utilizados pelo paciente. O contágio também acontece apenas em casos de contato próximo e prolongado. Os doentes com poucos bacilos não são considerados importantes fontes de transmissão.
Quais os sinais e sintomas?
Os mais frequentes são:
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil;
Comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
Diminuição ou perda da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés; e
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Como é o tratamento?
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência, não sendo necessário internação. O tratamento é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina — chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). A associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, ainda no começo da administração medicamentosa, a bactéria deixa de ser transmitida. O paciente é acompanhado por um profissional de saúde em consultas, geralmente, mensais, quando também recebe uma nova cartela de PQT-U.
Quando necessário, e a critério médico, o paciente pode ser encaminhado para centros de referência em hanseníase para avaliação clínica aprofundada, para se verificar a necessidade de prescrição de outros medicamentos de auxílio.
Ministério da Saúde