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MÊS DA MULHER
Cerca de 620 mulheres gaúchas podem ter câncer do colo de útero este ano
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), este ano, os casos de câncer do colo de útero devem atingir cerca de 620 mulheres do Rio Grande do Sul. A erradicação desse tipo de câncer é um dos desafios para a gestão pública, pois esbarra nas desigualdades sociais e regionais do país. A vacinação contra o HPV e o rastreio da doença são medidas para reduzir essa taxa. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente, nas Unidades Básicas de Saúde, o exame citopatológico, conhecido como exame preventivo.
Terceira causa de mortes prematuras femininas no Brasil, o câncer do colo do útero é causado por alguns tipos Papilomavírus Humano (HPV) e, em muitos casos, não evolui, mas alterações celulares podem ocasionar a doença. Embora passíveis de identificação e tratamento antes do surgimento da doença, a última Pesquisa Nacional de Saúde revelou que a taxa de rastreamento é menor em mulheres de baixa escolaridade, pardas e negras. A constatação espelha a desigualdade a que estão sujeitas as mulheres na América Latina e no Caribe, que acumulam 80% das ocorrências nas Américas.
Prevenção começa cedo
A recomendação do Ministério da Saúde é que a vacinação seja feita em duas doses, com o intervalo de seis meses. Atualmente, a vacina é administrada pela rede pública de saúde para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, pois a imunização é mais eficaz se administrada antes do início da vida sexual. Grupos especiais, como imunossuprimidas (com HIV/Aids, submetidos a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos), a vacina é indicada até os 45 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha, desde 2020, com a meta de eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 80% da população alvo para alcançar o objetivo de reduzir a incidência deste câncer nas próximas décadas no país. A vacinação, em conjunto com o exame preventivo, complementa-se com as ações de controle deste tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, deverão realizar o exame preventivo regularmente, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV.
Ministério da Saúde