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PREVENÇÃO
Em 2022, Rio de Janeiro diagnosticou 556 pessoas com hanseníase
Pelo menos 556 moradores do estado do Rio de Janeiro foram diagnosticados com hanseníase em 2022, uma doença infecciosa e de evolução crônica, que atinge principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais, danos irreversíveis e depende de um diagnóstico precoce para evitar o desenvolvimento de sequelas. É por causa disso que o Ministério da Saúde anunciou a ampliação do apoio ao diagnóstico da doença no SUS: 150 mil testes rápidos serão distribuídos para todo o Brasil a partir de fevereiro.
Em todo país, foram mais de 17 mil novos casos notificados ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS). Desses, 2.691 residem na região Sudeste. A entrega dos testes coloca o Brasil como primeiro país no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública. As unidades serão destinadas às pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados de hanseníase.
Como sinal de alerta, casos em crianças podem sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares. Por esse motivo, deve-se intensificar a investigação dos contatos. Dos diagnósticos feitos no Rio de Janeiro, 16 estavam em menores de 15 anos de idade. Devido à alta quantidade de registros anuais, a doença ainda é considerada um problema de saúde pública. A notificação compulsória e a investigação dos casos suspeitos é uma medida obrigatória estipulada pelo Ministério da Saúde.
Janeiro roxo
Tradicionalmente, o mês de janeiro é destinado às ações e estratégias de enfrentamento à doença e luta pelos direitos das pessoas infectadas. No entanto, o governo pretende que a pauta seja debatida durante todo o ano e, por isso, o compromisso de levar diagnóstico, informações, cuidados e tratamento aos pacientes. “A hanseníase tem cura! O Brasil não pode continuar com a triste referência de segundo país no mundo com maior número de novos casos da doença”, ressaltou Ethel Maciel, titular da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS).
A transmissão ocorre apenas pelo convívio próximo e prolongado com pessoas diagnosticadas e que não realizam o tratamento. O Ministério da Saúde reforça que o contágio não acontece pelo compartilhamento de talheres e copos, por exemplo. Os sintomas mais frequentes são as manchas na pele e a perda de sensibilidade térmica, dolorosa e/ou tátil. O SUS disponibiliza tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência. A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, já na primeira dose, a bactéria deixa de ser transmitida.
Ministério da Saúde