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INFÂNCIA E SAÚDE
Paraíba registrou 35 internações de bebês no último ano por desnutrição
Ano passado, a Paraíba registrou 35 internações de bebês menores de um ano por desnutrição, sequelas da desnutrição e deficiências nutricionais. De acordo com o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil registrou mais de 2,7 mil hospitalizações.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define desnutrição como a ingestão alimentar inadequada, que resulta em déficit de peso e de estatura e deficiência de micronutrientes. Quando a desnutrição é causada por ingestão insuficiente de alimentos, seja no âmbito quantitativo ou qualitativo, é denominada primária e está atrelada às condições ambientais e socioeconômicas desfavoráveis. Ressalta-se que as infecções e a diarréia fazem parte do quadro de desnutrição primária como causas ou como agravantes dessa condição nutricional nas crianças.
Os determinantes mais reconhecidos da desnutrição infantil incluem baixo peso ao nascer, falta de aleitamento materno, desnutrição materna, anemia da mãe e da criança, baixa escolaridade materna, renda familiar insuficiente, falta de saneamento básico, deficiências na realização do pré-natal, maior número de filhos e deficiências no acompanhamento pelos serviços de saúde das crianças que compõem o grupo de risco.
Problema de saúde pública
Quando ocorre na primeira infância, a desnutrição está associada à maior mortalidade, à recorrência de doenças infecciosas, a prejuízos no desenvolvimento psicomotor, além de menor aproveitamento escolar e menor capacidade produtiva na idade adulta.
Devido ao alto risco de morte, as crianças com desnutrição grave devem ser adequadamente diagnosticadas e necessitam de internação hospitalar até que este risco diminua e elas possam, então, ser acompanhadas em outros níveis de atenção à saúde, inclusive em domicílio. Nesse nível, é essencial que haja a ação efetiva do cuidador e o apoio deve ser dado por trabalhadores de saúde devidamente capacitados em reabilitação nutricional.
A orientação do Ministério da Saúde é que o pré-natal é a primeira oportunidade para promover ações de prevenção da desnutrição infantil no âmbito da APS. Além disso, o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e a alimentação complementar saudável, com continuidade da amamentação até os 2 anos de idade, são algumas ações para prevenir essa condição. Entretanto, ainda dependem de medidas amplas, para além de ações no campo da saúde pública, que sejam eficientes no combate à pobreza e à fome.
Ministério da Saúde