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PREVENÇÃO
Hanseníase: Pará notifica maior número de casos em 2022 da região norte
Em 2022, o Brasil notificou mais de 17,2 mil novos casos de hanseníase. Devido ao alto número de registros, a doença ainda é considerada um problema de saúde pública e, apenas o Brasil, representa 90% do total de casos identificados em todo o continente americano, sendo o segundo país do mundo com maior índice de diagnósticos.
Na região norte, o Pará foi o estado que apresentou a situação mais preocupante. No ano passado, foram contabilizados, preliminarmente, 1.329 ocorrências gerais e 67 casos em pacientes menores de 15 anos notificados na região.
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa e de evolução crônica que atinge, principalmente, a pele, os nervos periféricos e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais e danos irreversíveis, por isso, o diagnóstico precoce é tão importante.
Para auxiliar na identificação da doença, a partir de fevereiro o Ministério da Saúde distribuirá 150 mil testes rápidos para o apoio ao enfrentamento da infecção no Sistema Único de Saúde (SUS). A entrega colocará o Brasil como primeiro país no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública.
Os testes foram produzidos a partir de pesquisas de instituições brasileiras e foram divididos em dois tipos: o rápido (sorológico) e o teste de biologia molecular (qPCR). Uma terceira modalidade também será ofertada pelo SUS, o teste PCR, que auxiliará na detecção da resistência a antimicrobianos.
Veja mais sobre a doença:
Quando surgiu?
A hanseníase é considerada uma das doenças mais antigas da humanidade, no entanto, não tem uma origem precisa. Sabe-se que ela é conhecida há mais de quatro mil anos na Índia, China, Japão e Egito. Ao longo dos séculos, também era confundida com outras doenças de pele como psoríase, impetigo e escabiose, por exemplo.
Quem pode se infectar?
A hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. No entanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria e apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.
Quais os sinais e sintomas?
Os mais frequentes são:
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil;
Comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
Diminuição ou perda da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Qual a forma de contágio?
A transmissão acontece quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença e sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A dispersão do bacilo pelo doente é pelas vias aéreas superiores, como espirro ou tosse, e não é transmitida por objetos utilizados pelo paciente. O contágio também acontece apenas em casos de contato próximo e prolongado. Os doentes com poucos bacilos não são considerados importantes fontes de transmissão.
Ministério da Saúde