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PREVENÇÃO
Dos estados do Sudeste, Minas Gerais é o que registrou mais casos de hanseníase em 2022
Em 2022, a região Sudeste do Brasil registrou 2.691 novos casos de hanseníase. Desses, 916 foram diagnosticados em Minas Gerais, estado da região com maior número de registros. A hanseníase é uma doença infecciosa e de evolução crônica, que atinge principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais, danos irreversíveis e depende de um diagnóstico precoce para evitar o desenvolvimento de sequelas. Nesse contexto, na última terça-feira (24), o Ministério da Saúde anunciou a distribuição de 150 mil testes rápidos para o apoio ao diagnóstico da hanseníase no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro.
A entrega dos testes coloca o Brasil como primeiro país no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública. As unidades serão destinadas às pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados de hanseníase. Ainda segundo os dados da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, a nível nacional, mais de 17 mil novos casos foram notificados ano passado.
Como sinal de alerta, casos de hanseníase em crianças podem sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares. Por esse motivo, deve-se intensificar a investigação dos contatos. Dos diagnósticos feitos em Minas Gerais, 42 estavam em menores de 15 anos de idade. Devido à alta quantidade de registros anuais, a doença ainda é considerada um problema de saúde pública. A notificação compulsória e a investigação dos casos suspeitos é uma medida obrigatória estipulada pelo Ministério da Saúde.
Tratamento no SUS
A transmissão ocorre apenas pelo convívio próximo e prolongado com pessoas diagnosticadas e que não realizam o tratamento. O Ministério da Saúde reforça que o contágio não acontece pelo compartilhamento de talheres e copos, por exemplo. Os sintomas mais frequentes são as manchas na pele e a perda de sensibilidade térmica, dolorosa e/ou tátil. O SUS disponibiliza tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência. A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, já na primeira dose, a bactéria deixa de ser transmitida.
Tradicionalmente, o mês de janeiro é destinado às ações e estratégias de enfrentamento à hanseníase e luta pelos direitos das pessoas infectadas. No entanto, o governo pretende que a pauta seja debatida durante todo o ano e, por isso, o compromisso de levar diagnóstico, informações, cuidados e tratamento aos pacientes. “A hanseníase tem cura! O Brasil não pode continuar com a triste referência de segundo país no mundo com maior número de novos casos da doença”, ressaltou Ethel Maciel, titular da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS).
Ministério da Saúde