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PREVENÇÃO
Mato Grosso lidera casos de hanseníase do Centro-Oeste
Com o maior número de casos de hanseníase do Centro-Oeste, 2.152 registros preliminares, o Mato Grosso vai receber, em fevereiro, testes rápidos para a detecção da doença. O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde por ocasião do Janeiro Roxo, mês de sensibilização de combate e tratamento à doença.
Para todo Brasil, serão 150 mil unidades encaminhadas. De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o repasse dos exames é possível graças ao trabalho de instituições de pesquisa brasileiras. Com a programação de envio, o país ocupa a primeira posição na oferta de insumos para a detecção da doença na rede pública. “O Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”, explica a titular da pasta.
Por meio do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT) e da Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030, o governo federal pretende retirar o país da liderança dos novos casos da América Latina. Em 15 anos, foram 17.279 diagnósticos positivos em todo país. A doença está diretamente ligada às condições sanitárias desfavoráveis, com maiores registros nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A partir do envio dos exames, serão testadas pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença. Serão ofertadas três tecnologias de exame que integram o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: o teste rápido (sorológico), o teste de biologia molecular (qPCR) e um outro tipo de teste de biologia molecular (PCR). Outra novidade no combate à doença é o desenvolvimento do aplicativo AppHans, que vai oferecer conteúdo textual e visual para apoiar os profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidade física e reações hansênicas.
Entenda mais:
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas.
Os principais sintomas da doença são manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil. Além do comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Como é o tratamento?
O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência, não sendo necessário internação. O tratamento é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina — chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). A associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento. Apesar do estigma, a hanseníase tem cura.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, ainda no começo da administração medicamentosa, a bactéria deixa de ser transmitida. O paciente é acompanhado por um profissional de saúde em consultas, geralmente, mensais, quando também recebe uma nova cartela de PQT-U.
Quando necessário, e a critério médico, o paciente pode ser encaminhado para centros de referência em hanseníase para avaliação clínica aprofundada, para se verificar a necessidade de prescrição de outros medicamentos de auxílio.
Ministério da Saúde