Em 2022, Mato Grosso registrou 36 internações de bebês por desnutrição

Segundo o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os números de internações por desnutrição entre crianças menores de um ano, em 2022, foram equivalentes a sete hospitalizações por dia. O número total registrado em todo o país, no ano passado, foi de 2.754 internações de bebês por desnutrição, sequelas da desnutrição e deficiências nutricionais. Somente no Centro-Oeste foram registradas 777 hospitalizações por essa ocorrência e, deste total, 36 foram no estado de Mato Grosso.

Os resultados registrados no ano passado só não foram piores que os números apresentados em 2021, quando 2.979 hospitalizações foram registradas - o pior nível em 13 anos. Ainda em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou em média oito internações de bebês por dia devido à desnutrição e sequelas das deficiências nutricionais em menores de um ano.

Problema de saúde pública

As crianças com desnutrição grave devem ter atendimento e cuidado especializado imediatos, devido à sua maior susceptibilidade a complicações graves e risco de morte. Crianças com desnutrição também podem ter repercussões irreversíveis, como baixa estatura, menor rendimento escolar, recorrência de doenças infecciosas, prejuízos no desenvolvimento psicomotor e menor renda e produtividade na idade adulta.

O sucesso no tratamento da criança com desnutrição grave não requer instalações e equipamentos sofisticados, mas sim profissionais de saúde bem capacitados. Requer, principalmente, que cada criança seja acompanhada por alguém próximo a ela, tratada com o cuidado necessário e que cada fase do tratamento seja executada de forma apropriada. Quando isto é feito, a oportunidade de recuperação completa pode ser, em muito, aumentada.

O Ministério da Saúde salienta que, em todos os casos, mas sobretudo, em ocorrências de desnutrição e/ou ganho de peso insuficiente em crianças em fase de aleitamento materno, é importante que a amamentação seja contínua sempre que possível e de forma exclusiva até os seis meses de idade. A partir dessa idade, o leite materno deve ser complementado com uma variedade de alimentos adequados, saudáveis e seguros. A amamentação é uma das medidas de prevenção da condição de desnutrição e deve ser continuada até os dois anos de idade ou mais.

Ministério da Saúde