Notícias
PREVENÇÃO
Goiás se prepara para novo protocolo de enfrentamento à hanseníase
Goiás contará com importante reforço no combate à hanseníase. Isso porque, o Ministério da Saúde vai disponibilizar testes rápidos que vão agilizar os diagnósticos e garantir o tratamento adequado da doença. Somente em 2022, foram registrados, preliminarmente, 854 novos casos no estado. Ao todo, o órgão deve encaminhar 150 mil testes com tecnologia nacional para todos os estados
A medida é fundamental, uma vez que o Brasil responde por 90% dos novos casos de hanseníase da América Latina, mas o governo federal pretende reduzir os números das infecções com a adoção do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT), que prevê novos testes nos municípios, apoiados pela definição da linha do cuidado da doença e alinhada à adoção das ações propostas na Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030.
Com a entrega dos testes, o Brasil se torna o líder mundial na oferta de insumos para a detecção da doença na rede pública. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância das instituições de pesquisa nacionais para a oferta dos exames. “O Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”, disse.
A expectativa é testar pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença. Serão ofertados três tecnologias de exame que integram o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: o teste rápido (sorológico), o teste de biologia molecular (qPCR) e um outro tipo de teste de biologia molecular (PCR). Outra novidade no combate à doença é o desenvolvimento do aplicativo AppHans, que vai oferecer conteúdo textual e visual para apoiar os profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidade física e reações hansênicas.
Entenda mais:
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas.
Os principais sintomas da doença são manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil. Além do comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Como é o tratamento?
O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência, não sendo necessário internação. O tratamento é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina — chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). A associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento. Apesar do estigma, a hanseníase tem cura.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, ainda no começo da administração medicamentosa, a bactéria deixa de ser transmitida. O paciente é acompanhado por um profissional de saúde em consultas, geralmente, mensais, quando também recebe uma nova cartela de PQT-U.
Quando necessário, e a critério médico, o paciente pode ser encaminhado para centros de referência em hanseníase para avaliação clínica aprofundada, para se verificar a necessidade de prescrição de outros medicamentos de auxílio.
Ministério da Saúde