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ATENDIMENTO
Ministério da Saúde prepara habilitação de serviço multidisciplinar para atendimento de pacientes com fissuras labiopalatinas no DF
Foto: Julia Prado/MS
Um novo serviço de referência para pessoas com fissuras labiopalatinas, condição conhecida popularmente como lábio leporino, deve ser habilitado no Distrito Federal junto ao Ministério da Saúde nos próximos dias. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (18) pelo secretário Executivo, Swendenberger Barbosa, em visita ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).
A unidade, localizada no coração de Brasília, recebe pacientes de todo o país para o tratamento multidisciplinar indispensável à reabilitação dos pacientes. A estimativa é de que uma a cada 650 crianças nascidas no Brasil tenha a condição — cuja causa está associada a fatores genéticos e/ou ambientais. Atualmente, a área de atendimento a fissuras do HRAN realiza, em média, 300 atendimentos por semana e tem 1,5 mil pacientes cadastrados para acompanhamento multidisciplinar.
Durante a estada, Barbosa fez questão de parabenizar o esforço de todos os envolvidos no atendimento. “São 17 pessoas entre as diversas especialidades que atuam junto para poder dar dignidade a crianças que nascem com alguma deformação lábio palatina resgata essas pessoas e essas pessoas, depois de anos vem aqui e nós tivemos a oportunidade de ver na fila de espera tanto pessoas que estão fazendo a primeira consulta e o resultado desse trabalho esplendoroso”, elogiou.
Ele ressaltou que aguarda, para os próximos dias, o envio da documentação do HRAN para a habilitação do serviço junto ao Ministério da Saúde. Esse processo atesta as condições da unidade como um Centro de Assistência ao paciente com fissura labiopalatal na Alta Complexidade. O Brasil tem 30 estabelecimentos credenciados, segundo informações do CNES. Mais da metade está concentrada nas regiões Sul e Sudeste e apenas um é localizado no Distrito Federal, da rede Rede Sarah.
A nova oferta amplia a capacidade de atendimento na região e beneficia toda a comunidade de pessoas com fissura labial. Esta deve ser a segunda habilitação do tipo em 2023, ao lado do Hospital Infantil Varela Santiago, no Rio Grande do Norte. A secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, falou sobre a importância da habilitação para ampliar os atendimentos — que já são feitos no HRAN há mais de 20 anos.
“Com essa habilitação vamos poder ter todo o apoio, custeio e o investimento real do Ministério da Saúde para que possamos fazer essa ampliação tão sonhada há mais de dez anos nos serviços, dando melhor condições de trabalho e ambiente para que possamos cuidar de mais cidadãos e cidadãs brasileiros. Meu muito obrigada em nome de toda a equipe do HRAN que trabalha com as fissuras labiopalatinas”, celebrou.
Atendimento multidisciplinar é fundamental
Os protocolos clínicos e indicações terapêuticas para pessoas com as fissuras labiopalatinas tratam como fundamental a oferta de atendimento multidisciplinar que envolve, além do paciente, a família. São necessárias consultas com especialistas de diversas áreas como pediatra, enfermeiro, cirurgião plástico, ortodontista, dentista, otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, assistente social, cirurgião bucomaxilo e odontopediatra.
A má-formação pode causar dificuldades na alimentação, problemas na arcada dentária, distúrbios de fala, baixa adaptação social e distorção de auto-imagem. Os especialistas relatam ainda impacto emocional negativo junto aos cuidadores – evidenciando a necessidade de inclusão dos parentes próximos ao longo dos primeiros anos de tratamento. A atenção às pessoas com essa condição deve estender-se do nascimento à vida adulta em diferentes etapas, incluindo procedimentos cirúrgicos.
No HRAN, as equipes tentam concentrar os atendimentos com diferentes profissionais em um único dia, o que reduz os gastos com transporte público e aumenta a adesão dos pacientes ao tratamento, uma vez que minimiza o impacto nas rotinas das famílias.
Ministério da Saúde