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PREVENÇÃO
Distrito Federal registra 132 novos casos de hanseníase em 2022
Com o Brasil ocupando a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos de hanseníase, o Distrito Federal, que abriga a capital do país, espelha os altos índices da doença. Conforme dados preliminares, em 2022, foram 132 novos casos. Entretanto, o Ministério da Saúde trabalha para reduzir a prevalência da doença por meio da ampliação da cobertura de testagem e disponibilização de tratamento adequado.
Para isso, a partir de fevereiro serão enviados para estados e municípios 150 mil testes rápidos. O objetivo é cumprir o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT) que prevê a ampliação do rastreio das ocorrências, além da linha do cuidado da doença e alinhada à adoção das ações propostas na Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030.
Com as medidas, a expectativa é que 75,03% das cidades com notificações, entre 2015 e 2019, intensifiquem as ações de enfrentamento. O documento é uma construção do governo federal, estados e municípios, além de contar com a colaboração da sociedade civil e comunidade científica. A ministra Nísia Trindade destaca que o envio dos testes só é possível graças ao trabalho de instituições nacionais de pesquisa. “O Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”.
Serão ofertados três tecnologias de exame que integram o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: o teste rápido (sorológico), o teste de biologia molecular (qPCR) e um outro tipo de teste de biologia molecular (PCR). Outra novidade no combate à doença é o desenvolvimento do aplicativo AppHans, que vai oferecer conteúdo textual e visual para apoiar os profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidade física e reações hansênicas.
Entenda mais:
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas.
Os principais sintomas da doença são manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil. Além do comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Como é o tratamento?
O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência, não sendo necessário internação. O tratamento é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina — chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). A associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento. Apesar do estigma, a hanseníase tem cura.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, ainda no começo da administração medicamentosa, a bactéria deixa de ser transmitida. O paciente é acompanhado por um profissional de saúde em consultas, geralmente, mensais, quando também recebe uma nova cartela de PQT-U.
Quando necessário, e a critério médico, o paciente pode ser encaminhado para centros de referência em hanseníase para avaliação clínica aprofundada, para se verificar a necessidade de prescrição de outros medicamentos de auxílio.
Ministério da Saúde