Notícias
PREVENÇÃO
Hanseníase: Amapá registra 53 novos casos gerais da doença em 2022
O ano de 2022 teve mais de 17,2 mil notificações de novos casos da hanseníase, causados pela bactéria Mycobacterium leprae. No Amapá, foram registrados, preliminarmente, 53 casos gerais da doença, além de cinco contaminações em pacientes menores de 15 anos. O estado teve o menor número de casos da doença na região Norte.
A hanseníase é uma doença infecciosa e de evolução crônica, que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas, e pode causar lesões neurais e danos irreversíveis. No entanto, se identificada de forma precoce, a doença pode ser curada através do tratamento disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para ampliar o diagnóstico dos pacientes nos estágios iniciais, a partir de fevereiro, o Ministério da Saúde vai distribuir 150 mil testes rápidos em diversas unidades de atendimento do país. A iniciativa coloca o Brasil como o primeiro no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública.
O anúncio da medida foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante o seminário “Hanseníase no Brasil: da evidência à prática”, que ocorreu na penúltima semana de janeiro. Durante o discurso, a titular do órgão reforçou a importância de combater a desinformação e o preconceito, e enfatizou que a hanseníase é uma doença curável. “Não é apenas a doença que é negligenciada, mas também as pessoas. Por isso, o esforço conjunto no combate à infecção é essencial para vencer uma doença que, historicamente, é carregada de estigma”, comentou.
A ministra destacou que os testes são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. Com os resultados dos cientistas do país, o SUS terá disponível na rede pública o teste rápido (sorológico) e o teste de biologia molecular (qPCR). Haverá, ainda, uma terceira modalidade, o teste PCR, que auxiliará na detecção da resistência a antimicrobianos.
Saiba Mais:
O que é?
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas.
Quando surgiu?
A hanseníase é considerada uma das doenças mais antigas da humanidade, no entanto, não tem uma origem precisa. Sabe-se que ela é conhecida há mais de quatro mil anos na Índia, China, Japão e Egito. Ao longo dos séculos, também era confundida com outras doenças de pele como psoríase, impetigo e escabiose, por exemplo.
Quem pode se infectar?
A doença acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. No entanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria e apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.
Quais os sinais e sintomas?
Os mais frequentes são:
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil;
Comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
Diminuição ou perda da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés; e
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Ministério da Saúde