Foram apreendidos, em três operações, um total de mais de 60 mil litros de agrotóxicos de comercialização proibida no Brasil, com um valor estimado de mais de R$ 2,7 milhões. As cargas ilegais vinham da China e estavam misturadas a um carregamento de produto químico para tratamento de água.

A proibição desses produtos se deu por acordos internacionais, em função do alto grau de contaminação que podem gerar ao meio ambiente e dos efeitos danosos em animais e pessoas, incluindo problemas motores e neurológicos.

Um dos herbicidas ilegalmente importados, o Paraquat, tem um dos maiores valores de toxicidade aguda entre os herbicidas comerciais. Sua dosagem letal oral (LD50) em ratos é de aproximadamente 100 mg/kg, mas em humanos é de cerca de 35 mg/g. Portanto, esse produto pode resultar em toxicidade agudamente grave para todos os órgãos e resultar em morte dentro de 24h após a ingestão, inalação ou exposição cutânea.

Os contêineres entraram pelo Porto de Itapoá, e tinham todos como importadora uma empresa com sede na cidade de Joinville. Um deles inclusive tentou ser devolvido pela empresa importadora quando ainda estava dentro do navio previsto a chegar ao país, mas foi também apreendido. Diligências iniciais já foram realizadas para comprovar a participação dos responsáveis e de outros envolvidos no esquema de importação ilegal.

Antes dessa apreensão, a maior já registrada pela Receita Federal foi a de uma carga de 3 toneladas de outro agrotóxico proibido, o Benzoato de Emamectina, apreendido em Brasília, que havia sido importado pelo Porto de Itajaí.

Os responsáveis serão representados pelos crimes de contrabando e de organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 18 anos de prisão.