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Combate ao contrabando
Receita Federal desarticula organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de cocaína, com atuação em diversos atos de lavagem de dinheiro
Cerca de 150 policiais federais e 8 servidores da Receita Federal participam da ação. Ao todo estão sendo cumpridos 36 mandados de busca e apreensão, 6 mandados de prisão preventiva, 4 mandados de prisão temporária e 7 mandados de interdição de atividade econômica, nos Estados de São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Federal de São Paulo/SP e englobam ainda o sequestro de 28 bens imóveis (localizados em 4 Estados), diversos veículos (incluindo carros avaliados em mais de R$ 600.000,00), e valores custodiados em contas bancárias de 53 pessoas físicas e jurídicas (incluindo contas abertas em Portugal e na Bélgica).
Ainda, fora determinado o sequestro de um navio de longo curso, o qual pertence ao grupo criminoso investigado e seria utilizado no transporte transoceânico de cocaína, bem como fora determinada a interdição da atividade de uma rede de postos de combustível no Estado da Bahia. Ao todo, estima-se que os bens apreendidos/sequestrados durante a investigação superam R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais).
As investigações, que tiveram início em janeiro de 2021, revelaram a existência de organização criminosa com atuação em remessas de cocaína para Europa, por meio, principalmente, de embarcações transoceânicas. Restou comprovado que o grupo articulou a exportação de 2.700kg de cocaína, em outubro de 2020, a partir do Porto de São Sebastião/SP, utilizando o navio denominado UNISPIRIT, que tinha como destino final a cidade de Cadiz/Espanha. No entanto, parte da droga acabou apreendida no Brasil (1.500kg), durante fiscalização conjunta da RFB e PF, e a outra parte na Espanha (1.200kg), após comunicação às autoridades daquele país.
No bojo das investigações ainda foram determinados afastamentos do sigilo bancário e fiscal de 66 pessoas, incluindo 39 pessoas jurídicas suspeitas de serem utilizadas pelos investigados para prática de lavagem de dinheiro.
A operação foi batizada de “Calvary” em alusão ao cemitério no qual Don Corleone, do filme “O Poderoso Chefão I”, foi sepultado, uma vez que o líder da organização criminosa é chamado pelos demais integrantes do grupo de “Don”, em referência ao personagem.