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Combate ao contrabando
Receita Federal de Santos retém carga de rolamentos falsificados
A Gestão de Riscos da Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho (Direp) da Alfândega de Santos tem sido importante na facilitação do comércio internacional, mas de forte combate à atitudes ilícitas no Porto de Santos.
Foi esse trabalho que identificou na quarta-feira, dia 18, uma carga de rolamentos com fortes indícios de falsificação.
Após a verificação física e confirmação da falsificação da mercadoria, a carga foi retida para a formalização da apreensão de ofício das 6.500 unidades de diversos tipos de rolamentos, com peso total de 4.500 kg, avaliados em mais de R$ 600 mil. Segundo o representante da marca, parte da carga seria destinada ao setor industrial e o restante ao setor automotivo, com grande potencial de risco à vida dos consumidores.
Rolamentos são dispositivos fabricados com alto grau de precisão e utilizados em componentes essenciais na indústria automotiva, em motores, em diversos tipos de máquinas, na produção de energia hidrelétrica, em turbinas e no trem de pouso de aeronaves. Esses são alguns exemplos de uma infinidade de aplicações e que ilustram os riscos na utilização de componentes falsificados na sua produção e utilização.
Segundo dados da Associados Distribuidores e Importadores de Rolamentos e Peças Industriais (Adirpi), mais de 20% dos rolamentos e peças industriais comercializados no Brasil são falsificados.
O mercado mundial de produtos falsificados em geral pode ser dimensionado através da estimativa da Câmara Internacional de Comércio. Segundo essa estimativa, os efeitos da falsificação de produtos podem chegar a mais de US$ 1,8 trilhão. E nesse mercado, os rolamentos falsos destacam-se entre os de maior potencial de risco à vida.
Segundo a World Bearing Association (WBA), a contrafação de rolamentos prejudica a economia mundial no montante de US$ 4,2 bilhões e deixam em risco 54 milhões de empregos. Outro dado importante é que 39% das falsificações de rolamentos representam um perigo à vida.
Segundo o grupo Meirelles IPC, outro setor muito prejudicado é o de autopeças. Entre as peças mais falsificadas estão os rolamentos, amortecedores, bronzinas, anéis de pistão, lâmpadas e retentores, por exemplo. O setor contabiliza um prejuízo de aproximadamente R$ 3,2 bilhões por ano e lideram o ranking das falsificações.
Desde 2018, a Direp da Alfândega de Santos já apreendeu mais de 94 toneladas de rolamentos contrafeitos, avaliados em R$ 9,1 milhões.
As equipes que atuam na Gestão de Riscos na importação e na exportação da Direp são responsáveis, em 2021, pela deflagração da Operação Outlet, pela apreensão de 10,5 toneladas de cocaína e de 281 toneladas de mercadorias, pelo monitoramento de mais de 5 milhões de contêineres de 20 pés que são movimentados por ano no porto de Santos, entre outras atribuições.