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Investigação
Operação Construcrime: Receita Federal combate esquema de fraude em instituições financeiras em Manaus
A Receita Federal do Brasil e a Polícia Federal deflagraram nesta quinta-feira (3/12) a Operação Construcrime, com o objetivo de desarticular grupo especializado no uso de empresas de fachada para obtenção de financiamentos em instituições financeiras em Manaus/AM, especialmente na Caixa Econômica Federal.
As investigações tiveram início a partir da identificação, pela Caixa Econômica Federal, de um grupo de empresas inadimplentes em diversas operações de crédito.
Com o avanço das investigações, ficou evidenciada a utilização intensiva de empresas de fachada para obtenção de financiamentos junto a instituições financeiras. A organização investigada fazia uso de documentação falsa ou fraudada, como carteiras de identidade, CPF, contratos sociais, balancetes, declarações de imposto de renda e notas fiscais frias. Para compor o quadro societário das empresas eram utilizadas interpostas pessoas (conhecidas como “laranjas”), indivíduos que sequer existiam e até falecidos.
Após o crédito dos valores dos financiamentos, parte dos valores era sacada e outra era transferida para empresas do grupo para posterior utilização. Foi detectado, ainda, nos últimos financiamentos concedidos às empresas envolvidas, que parcela dos recursos era utilizada para quitar verbas em atraso dos primeiros empréstimos concedidos, visando dissimular a inadimplência e gerando uma espécie de “pirâmide” que ruiu com a detecção do esquema fraudulento.
Além do valor aproximado de R$ 4, 8 milhões comprovadamente desviado da CEF, as investigações apontam que as empresas de fachada do grupo investigado movimentaram outros R$ 10 milhões de reais entre 2013 e 2014. Os números de 2015 ainda não foram consolidados.
O principal objetivo da operação é desarticular a organização, atingindo os reais beneficiários do esquema, o qual conta com a participação de empresários, contadores, despachantes, gerentes de banco e outros servidores públicos.
Estão sendo cumpridos 17 mandados de prisão e três de condução coercitiva, além de 24 mandados de busca e apreensão em empresas e residências de suspeitos. Participam da operação 20 servidores da Receita Federal e 137 policiais federais.
O nome da operação remete ao fato de a atividade declarada pela maioria das empresas envolvidas ser a de comércio de material de construção.