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Investigação
Receita desmonta esquema de US$ 90 milhões em Roraima
A Delegacia da Receita Federal em Boa Vista, com o apoio da Coordenação-Geral de Pesquisa e Investigação, a Superintendência da Polícia Federal em Roraima e o Ministério Público Federal instauraram força tarefa para apurar e identificar movimentações ilegais que ultrapassam a monta de US$ 90 milhões, apontadas como evasão de divisas e sonegação fiscal.
Nesta sexta-feira (18/8), estão sendo cumpridos na cidade de Boa Vista 16 Mandados de Busca e Apreensão e 7 mandados de prisão, sendo os principais alvos um conhecido empresário estrangeiro e um grande doleiro, ambos atuantes no estado de Roraima.
A operação está sendo executada por 30 servidores da Receita Federal e 90 da Polícia Federal.
Outros envolvidos estariam ligados ao citado empresário que, por meio de suas empresas, vêm adquirindo grandes propriedades rurais com a utilização de recursos provenientes do exterior, os quais, ao que tudo indica, são obtidos de forma ilegal.
As investigações tiveram início com base em inquérito em curso na Polícia Federal para apuração de crime de lavagem de dinheiro e outros delitos com este conexos, cuja responsabilidade criminal seria atribuída ao empresário estrangeiro que atua em Roraima. Na época, a Justiça Federal de Boa Vista determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de mais 100 empresas e pessoas físicas relacionadas ao empresário.
A presente investigação também está relacionada com utilizações irregulares de contas CC5, cujos levantamentos detectaram expressivas movimentações financeiras provenientes e/ou destinadas ao Brasil, em contas correntes e subcontas administradas por banco na cidade de Nova York/EUA. Algumas das citadas contas e subcontas tinham a indicação de serem de titularidade de empresas off-shore, sediadas em paraísos fiscais, e movimentadas por brasileiros, seus procuradores que, na verdade, figuram como os reais titulares dessas subcontas, servindo a constituição das off-shore apenas como dissimulação para os ilícitos praticados.
A atual fase do trabalho consiste na tentativa de identificação e responsabilização dos "clientes", ou seja, ordenantes e reais beneficiários do esquema, bem como levantamento dos tributos sonegados com constituição do correspondente crédito tributário.