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Pesquisa do IBGE
Taxa de desocupação cai quase um ponto percentual no trimestre
É a menor taxa para o período desde 2016, quando registrou 9,6% - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
A taxa de desocupação no Brasil diminuiu 0,9 ponto percentual no período entre novembro de 2021 e janeiro de 2022 em comparação com o trimestre anterior, que foi de agosto a outubro do ano passado. É a menor taxa para o período desde 2016, quando registrou 9,6%.
Com isso, o país contabilizou 11,2% da população economicamente ativa sem nenhum tipo de trabalho. Isso significa que cerca de 12 milhões de pessoas, com idades a partir de 16 anos, estavam sem nenhuma ocupação. Esse número aponta para uma queda de 6,6% na comparação com o trimestre anterior, o que representa uma redução de 858 mil pessoas. Se o comparativo for feito com o mesmo período do ano anterior (entre novembro de 2020 e janeiro de 2021), a queda no percentual de desocupados é de 18,3%, o que representa que 2,7 milhões de pessoas conseguiram algum trabalho.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“De fato ainda é um montante elevado, mas se compararmos com um ano atrás, esse contingente era de 14,8 milhões de pessoas. Portanto, uma queda bem significativa no intervalo de um ano”, ressalta a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
A pesquisa também mostra que aproximadamente 95,4 milhões de pessoas estavam ocupadas no trimestre analisado, uma alta de 1,6%. Já o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar foi estimado em 55,3%, crescimento de 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior (54,6%).
Para o IBGE, qualquer pessoa que realiza algum tipo de trabalho, seja ele formal ou informal, é considerada ocupada. Isso quer dizer que vendedores ambulantes e entregadores autônomos de delivery, por exemplo, que não têm carteira assinada, também fazem parte do grupo de ocupados.
A pesquisa também analisa a evolução do emprego formal no país. Nesse caso, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 34,6 milhões de pessoas, alta de 2% em relação ao trimestre anterior. São mais de 681 mil pessoas que garantiram um emprego com direitos trabalhistas. Os dados não incluem os trabalhadores domésticos. “É um contingente de trabalhadores que perdeu bastante durante a pandemia, mostrando-se uma recuperação mais lenta que o trabalho informal. O emprego com carteira também vem mostrando uma recuperação, o que é bastante satisfatória no que diz respeito, não só na quantidade de pessoas ocupadas, mas também na forma da inserção desses trabalhadores”, analisa Adriana Beringuy.
Os resultados da PNAD Contínua do trimestre novembro-dezembro-janeiro também mostram alta no número de empregados sem carteira assinada no setor privado. Ao todo, foram 12,4 milhões de pessoas, um aumento de 3,6% ou 427 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a alta é de 19,8%, equivalente a mais 2 milhões de pessoas.
Já o número de trabalhadores por conta própria chegou a 25,6 milhões de pessoas, o que representa estabilidade na comparação com o trimestre anterior e alta 10,3% no ano.
O levantamento aponta ainda que o Brasil possui 5,6 milhões de trabalhadores domésticos, 4 milhões de empregadores e 11,4 milhões de pessoas empregadas no setor público.
Informalidade cai
A pesquisa do IBGE mostra que, em janeiro, o país registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais, percentual que chega a 40,4% da população ocupada. A taxa é menor do que a do trimestre anterior, que foi de 40,7%, porém, maior do que a registrada no mesmo período do ano passado (39,2%).
Já o rendimento real habitual registrou média de R$ 2.489, redução de 1,1% em relação ao último trimestre e de 9,7% frente ao mesmo trimestre de 2021.
Sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.